Facção se desculpa, mas reforça críticas

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O dia seguinte ao ápice da dissidência na torcida atleticana reacendeu antigas polêmicas. Fóruns de torcedores e sites ligados ao clube praticamente ignoraram os seis gols e as duas vitórias na rodada dupla de quarta-feira para tentar digerir o episódio entre a uniformizada Os Fanáticos e os outros fãs rubro-negros.

Preços dos ingressos, separação territorial da Arena, divisão de castas e até a eterna associação entre organizadas e violência ditaram os debates informais.

Alguns ataques virtuais envolveram os dois lados. O próprio clube expôs seu posicionamento contra a atitude da Os Fanáticos, com quem vive uma relação cada vez mais estremecida.

"Lamento pela má educação de alguns em relação a um parceiro nosso, que se puseram de costas durante o hino do país do nosso parceiro, de uma instituição que tem assinado uma parceria de troca de tecnologia, conhecimento e mercado conosco", afirmou o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético Mário Celso Petraglia.

Após apoiar a preliminar do time B na vitória sobre o Cianorte por 3 a 0 (e conseqüente classificação à segunda fase do Estadual), a Fanáticos decidiu boicotar o amistoso entre os titulares e os norte-americanos do FC Dallas. A iniciativa já era arquitetada no fim de semana e incluiu vaias ao próprio time, ofensas a Petraglia, o silêncio da bateria e a saída antecipada do estádio.

"Admiro a torcida, mas esse radicalismo não levará a nada. Sou crítico da diretoria por algumas medidas antipáticas e que há tempos tem virado as costas ao torcedor. Mas esse comportamento cria a antipatia dos outros torcedores", comentou o advogado Ricardo Campelo, 27 anos e sócio inativo da uniformizada. "Misturaram política com futebol. Eles não sabem o que acontece no mundo esportivo. Pegou muito mal diante do parceiro que pode ajudar o clube. O Dallas entrou com uma faixa agradecendo a hospitalidade e viu aquilo. Foi ridículo", emendou o também advogado Erasto Gastão Marcondes Stockler, 53.

Alvo das críticas, a Fanáticos tentou as paz com os seus pares da arquibancada e os visitantes norte-americanos pedindo "desculpas aos torcedores a todos aqueles que, de alguma forma tenham se sentido ofendidos ou desrespeitados pelos fatos ocorridos."

Mas não houve trégua à diretoria. "O clube transformou-se há muito em mera ‘prateleira de jogadores’, para a realização de negócios nos interesses de poucos, em detrimento aos interesses dos torcedores e sócios, sendo que a partida amistosa de ontem (quarta) bem serve a ilustrar tais fatos", prossegui a facção, que preferiu apenas divulgar uma nota em seu site sobre o episódio.