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Vídeo: | Antônio Costa / Gazeta do Povo
Vídeo:| Foto: Antônio Costa / Gazeta do Povo

Paranaenses a duas etapas do título inédito

Senhor do Bonfim (BA) – Falta pouco. O Rally dos Sertões terá hoje a sua penúltima etapa especial, com 170 quilômetros cronometrados (de um deslocamento total de 486 quilômetros) entre Senhor do Bonfim, na Bahia, e Aracaju, no Sergipe. Enquanto diminui o trajeto até o fim da competição, aumenta a expectativa de quem briga para terminar a etapa de amanhã (de Aracaju a Salvador) como campeão do maior rali das Américas. É o que acontece com Maurício Neves e Clécio Maestrelli, desde o início da competição na liderança geral entre os carros.

Ontem, a dupla curitibana fez o terceiro melhor tempo na etapa de Lençóis a Senhor do Bonfim, na Bahia, e aumentou a diferença para seus concorrentes mais próximos, a dupla paulista formada por Reinaldo Varela e Marcos Macedo. A distância entre eles agora é de 25min08s40, o que, faltando apenas duas etapas curtas, deixa os paranaenses otimistas. "Estou confiante. Neste ano não vou deixar a vitória escapar", disse ontem o piloto Maurício Neves. Em 2004 ele liderava até a última etapa, quando um problema mecânico tirou o título das suas mãos. (FM)

Senhor do Bonfim (BA) – Eles parecem meros coadjuvantes, mas são protagonistas para o sucesso ou o fracasso de uma equipe. Orientando e alertando os pilotos de carros e caminhões dos perigos nas ousadas e arriscadas trilhas do Rally Internacional dos Sertões, os navegadores têm a importante missão de fazer com que seus parceiros possam se concentrar ao máximo na tarefa de chegar ao fim do trecho cronometrado no menor tempo possível, livres da preocupação de tomar o rumo errado e sem temer um inesperado obstáculo à frente.

Para isso, eles interpretam as informações constantes em um caderno chamado de planilha, espécie de mapa codificado com símbolos, quilometragens e breves descrições sobre o caminho a seguir. Ela é entregue um dia antes da etapa especial (cronometrada), durante o briefing (reunião entre os organizadores do rali e as equipes para discutir a prova do dia seguinte). Com a planilha em mãos, eles acompanham a quilometragem dos odômetros digitais dos veículos e localizam a sua respectiva referência. Fácil? Nem tanto. "Um navegador deve ser calmo, paciente e detalhista. Se ele se estressar, se confunde mais facilmente e não deixa a corrida fluir", explica Wagner de Paula, o Wagão, navegador que no Sertões faz dupla em uma picape com o piloto Pedro Gouveia Júnior.

Em uma corrida com etapas longas, como as que ocorrem no Sertões (que nesta 15.ª edição conta com percursos diários de quase 700 quilômetros, entre deslocamentos e etapas especiais), os navegadores chegam a passar oito horas concentrados na planilha, enquanto, aos sacolejos, passam informações aos pilotos. Tudo sob condições de severa adversidade, como o forte calor (agravado pelo uso de macacão e capacete) e o cansaço de conseqüentes jornadas diárias na cabine. Para aumentar a pressão, um caminho ou coordenada errada pode resultar na perda de minutos preciosos, seja pelo tempo gasto para retornar ao rumo certo, seja por uma eventual punição.

Se as duplas não têm vida fácil, o que dizer de quem precisa navegar e pilotar ao mesmo tempo? É o caso dos competidores entre as motos e quadriciclos, que levam a planilha acoplada sobre o painel do veículo, no meio do guidão. Mas no rali tudo tem a sua manha. Joaquim Rodrigues, o Juca Bala, piloto que disputa o Sertões na categoria até 450 cilindradas, revela a sua. "Adoto uma estratégia de guardar as referenciais da planilha de três em três, porque se eu ler uma a uma perco muito tempo."

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