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Tradicional pólo do vôlei nacional, Maringá estará de fora da Superliga 2008/2009 | Jorge Mariano / Gazeta
Tradicional pólo do vôlei nacional, Maringá estará de fora da Superliga 2008/2009| Foto: Jorge Mariano / Gazeta

Dirigente diz que experientes Marcelo Negrão e Maurício jogariam em Maringá

Pode parecer pretensão, mas o supervisor Roberto de Barros Ferreira garante: a equipe estava negociando com os medalhistas olímpicos Marcelo Negrão e Maurício para mesclar juventude e experiência no time de Maringá. Enquanto Negrão atualmente joga vôlei de praia, o ex-levantador da seleção está aposentado das quadras, desde 2005. De acordo com o dirigente, ambos estavam interessados em participar do time maringaense nesta Superliga.

"Seria uma coisa bacana termos dois campeões olímpicos aqui. Joguei com o Maurício e com o Marcelo Negrão no Banespa, e eles estavam dispostos a jogar no time se o patrocínio tivesse saído", assegurou Ferreira. A presença da dupla campeã em Barcelona-92 seria uma forma de envolver a cidade com o vôlei maringaense. "O Maurício está parado, fazendo algumas apresentações, e ele voltaria a jogar aqui conosco", disse o supervisor.

Procurado para comentar a possibilidade, Maurício negou interesse em voltar a jogar profissionalmente. Pelo menos neste momento. "Não estou negociando nem negociei com ninguém. Não tenho interesse, pelo menos agora, de voltar a jogar. Não acho que a Superliga esteja tão competitiva atualmente, só existem uma duas ou três equipes fortes, mas não estou planejando retornar", afirmou o ex-levantador da seleção, diretamente da Campinas, onde mora, à Gazeta do Povo Online. Na próxima semana, Maurício virá a Curitiba, para acompanhar o projeto que dirige no Colégio Positivo.

Já Marcelo Negrão não foi encontrado para comentar a possibilidade de deixar as areias e voltar às quadras pelo time de Maringá.

A equipe de Maringá está fora da Superliga Masculina de Vôlei 2008/2009. O motivo é o mesmo de sempre: falta de patrocínio. Apesar das inúmeras tentativas de manter o apoio da Cocamar, principal incentivadora ao lado da Prefeitura da cidade e da Cesumar, a empresa retirou o seu suporte financeiro e o Ginásio Chico Neto voltará ao ostracismo, que durou 11 anos entre 1996 e 2007, quando o time retornou ao principal campeonato do país, junto com a equipe de Foz do Iguaçu. Sem conseguir fechar um novo patrocínio até o último dia 30, Maringá abriu mão da vaga. Já o Foz não conseguiu se classificar através da Liga Nacional.

"Este ano nós descartamos participar da Superliga. Fizemos várias reuniões, mas como não tivemos patrocínio ou apoio, preferimos abrir mão da vaga e retomar o projeto no ano que vem. Negociamos com uma empresa de fora de Maringá, e tudo está bem acertado para que fechemos este apoio para 2009, quando vamos partir em busca da vaga novamente. Mas neste ano, não podíamos assumir compromissos e depois não cumpri-los", revelou o supervisor da equipe, Roberto de Barros Ferreira, por telefone, à Gazeta do Povo Online.

Presença constante na Superliga durante boa parte da década de 90, Maringá já revelou grandes nomes para o vôlei brasileiro, como Giba e Ricardinho, e também já foi casa de jogadores como Paulão, meio-de-rede campeão olímpico em Barcelona-92. Em 1996, porém, a equipe paranaense deixou o campeonato por falta de patrocínio, e só retornou na temporada passada graças à volta do apoio da iniciativa privada e de um convite da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

"Nos reunimos em 2007 com o Ary Graça (presidente da CBV), mostramos o nosso projeto e ele se surpreendeu. Acabamos participando como convidados, e ficamos a duas vitórias de ficar entre os oito times que foram para a fase final. Tivemos um início ruim naquela Superliga, mas fechamos bem, com várias vitórias. O time era fraco até, mas tinha um técnico (André Donegá) muito bom, e por isso acreditamos na continuidade, porém o nosso patrocinador se retirou, e eles preferiram deixar de apoiar o vôlei", lamentou Ferreira.

O supervisor da equipe de Maringá também culpou o "ano eleitoral" e a "falta de industrialização" da cidade pela dificuldade em conseguir um novo patrocínio. "O apoio da prefeitura e da Cesumar não seriam suficientes para montarmos um bom time e competirmos durante toda a competição. Tínhamos uma base jovem, fomos campeões dos Jogos Abertos do Paraná, e a idéia era trazer alguns nomes experientes, mas sem dinheiro não é possível", completou o dirigente maringaense.

Supervisor promete que tradição de Maringá não vai morrer

Com uma memória que ainda se lembra de ver o Ginásio Chico Neto com média de 2 mil pessoas, Roberto de Barros Ferreira trabalha para que a tradição maringaense no vôlei masculino não pereça em meio à falta de apoios e patrocínios.

"Começaremos do zero, e eu estou confiante. Até fevereiro de 2009 teremos a confirmação do patrocínio, de quanto poderemos investir no time, para então trabalhar em cima de planejamento e de metas. Até lá, acompanharemos a Superliga e faremos contatos", explicou.

Ex-jogador de vôlei, Ferreira lembra das muitas vezes em que ouve de treinadores e jogadores de outros estados palavras de carinho e incentivo a Maringá. "Tenho contato com vários ex-jogadores da seleção brasileira, o Giovani mesmo, agora está treinando o time de Joinville-SC, me perguntou outro dia se íamos participar da Superliga. Ele e outros sentem falta da cidade, todos gostam de jogar aqui, sabem da nossa tradição. É ruim um estado forte como o nosso, com vários jogadores revelados para a seleção, não ter uma equipe de ponta".

Enquanto o futuro ainda incerto insiste em tirar o sono dos torcedores de Maringá, o supervisor do time manda um recado aos governantes não só do Paraná, mas do Brasil. "Através do esporte se consegue mais coisas do que imaginamos. Com apoio aos esportes amadores, não só o vôlei, podemos educar muitas crianças. Aqui já é feito um grande trabalho de base, mas falta apoio. Se não valorizarmos o que já existe e injetarmos um pouco de dinheiro para que nossos jovens se espelhem nos grandes nomes que temos ai, não teremos futuro aqui, nem mesmo na seleção. Hoje sai um, entra outro, e o nível não cai. Até quando?", conclui Ferreira.

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