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A 150 dias do início da Copa do Mundo, o Brasil inicia um período de apreensão que vai durar até o torneio na Alemanha: o risco de contusão dos seus craques. O drama atinge todas as equipes, se repete a cada ano de Mundial e causou um sobressalto à seleção brasileira no domingo, com a lesão do atacante Ronaldo, do Real Madrid.

O jogador sofreu a contusão ainda no primeiro tempo contra o Villarreal. O problema foi o mesmo sofrido pelo camisa 9 no primeiro treino do Real depois do Natal. Na ocasião, ele acabou desfalcando o time em um jogo da Copa do Rei e tinha prazo de duas semanas para voltar a jogar.

Um certo alívio só veio ontem, quando um exame realizado em Madri diagnosticou estiramento no músculo da panturrilha e apontou um período de recuperação não tão longo, de três semanas.

A boa notícia tem efeito momentâneo. "Estamos vivendo um período crítico. Principalmente na Europa, onde os jogadores enfrentam um inverno rigoroso, treinam em campos pesados. Isso aumenta muito a incidência de lesões", alerta o preparador físico da seleção, Moraci Santana.

"Não temos o que fazer. Os jogadores são muito comprometidos com seus clubes, se dedicam de uma maneira intensa e nem poderia ser diferente. Não há nem como orientar porque as lesões são imprevisíveis", reconhece o médico da seleção José Luís Runco.

Até a tarde de ontem, o departamento médico da CBF acompanhava o caso do Fenômeno pela imprensa. "Não é nada muito preocupante, e o bom é que ainda temos tempo até a Copa", ponderou o médico. "A maior preocupação de um jogador em ano de Copa é evitar lesões", disse Ronaldo.

Em geral, apenas os problemas mais sérios são diretamente tratados pela comissão técnica brasileira. "Estamos sempre atentos, mas o envolvimento é maior nos casos mais graves e cirúrgicos", explicou Runco, que pode receber em breve a visita de Roque Júnior.

O zagueiro do Bayer Levekusen optou por se tratar de uma lesão no tendão-de-aquiles no Brasil. O zagueiro deixou a Espanha (onde a equipe estava concentrada) na semana passada para fazer um exame médico na Alemanha e chegou no fim de semana ao país. "É uma lesão de longa duração e é normal que o tratamento também seja longo", explicou o técnico do Bayer, Michael Skibbe.

Roque Júnior se machucou em dezembro, não disputou os últimos jogos do ano na Liga Alemã e ainda não há uma previsão de retorno. "O importante é fazer o tratamento correto e não antecipar o retorno, pois isso só compromete a recuperação", afirmou Santana.

A estas reabilitações soma-se o atacante Ricardo Oliveira, do Betis, operado no início de dezembro para reconstituir com enxertos o ligamentos do joelho. Ele pretende voltar aos gramados em março.

Os cortes são sempre uma ameaça ao planejamento para a Copa do Mundo. Em 2002 o Brasil perdeu nada menos do que o seu capitão, Émerson.

O inchaço do calendário e o natural desgaste físico decorrente são apontados muitas vezes como estopim para o aumento das lesões e ameaçam a presença dos 23 preferidos de Carlos Alberto Parreira estarem na Alemanha.

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