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Diede Lameiro, ex-técnico do Coritiba na década de 70, deu a Evanir Martinho Otacílio o apelido de Golê, de goleador, graças aos muitos gols que ele fazia. Na definição de Mário Ottoboni, que descobriu o jogador, o ponta-esquerda era rápido e habilidoso. "Eu era bom mesmo", diz, sem modéstia.

Golê culpa, em parte, a própria ingenuidade pela atuação situação. "Acreditei em muita gente e só depois descobri que fui enganado várias vezes. A mágoa é imensa", revela, sem citar nomes. "Se eu falar não vou poder sair na rua", reforça.

Ele assume suas falhas e confessa que em vários clubes era o homem da mala. "Eu negociava com o outro time e entregava dinheiro para podermos ganhar."

O fim da carreira iniciou o declínio do atleta, mas a miséria instalou-se há quatro anos, quando passou a morar nas ruas.

Hoje, carrega apenas duas malas com os seus pertences e conta com favores de alguns amigos, como Ottoboni. Foi ele quem resgatou Golê das ruas na última quinta-feira. Pelo menos por um dia voltou a experimentar o reconhecimento que teve há três décadas.

Seu desejo é um dia colocar em prática o que aprendeu nos dois anos do curso de Educação Física, feitos em Mato Grosso. "Sonho em trabalhar com crianças, para ensinar qualquer coisa, pode ser esporte, mas também um pouco da vida. Só isso que eu quero", desabafa, às lágrimas.

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