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Jamie McMurray dá um zerinho para comemorar a vitória na Daytona 500, ponto final de uma jornada que levou centenas de famílias a acampar no circuito | Pierre Ducharme/Reuters
Jamie McMurray dá um zerinho para comemorar a vitória na Daytona 500, ponto final de uma jornada que levou centenas de famílias a acampar no circuito| Foto: Pierre Ducharme/Reuters

A paixão dos americanos pela Nascar é tão grande que, para alguns, não basta apenas ir ao autódromo. É preciso fazer parte da atmosfera e respirar o ar perfumado com gasolina e borracha queimada. Esse desejo se torna realidade durante a semana que antecede a Daytona 500, corrida que abre o calendário e acontece anualmente em Daytona Beach, na Flórida.

Equipados com trailers e ônibus, alguns fanáticos pela categoria passam até dez dias acampados no coração de um dos templos mundiais da velocidade. O miolo da pista, onde fica o circuito misto de Daytona, é completamente tomado por motorhomes. Somente na parte de dentro são 1.662 vagas para os veículos, sem contar a área designada na parte externa da pista.

Por cerca de R$ 5,3 mil é possível estacionar a casa motorizada em um espaço reservado por dez dias, com conexões para água, luz e tevê a cabo. Esse é o setor mais caro. Em outros, também na parte interna mas sem as mesmas conveniências, o período de seis dias sai por R$ 2.220. O autódromo também oferece banheiros equipados com chuveiros para os moradores temporários. Esses pacotes são apenas para duas pessoas. Uma família maior deve pagar a entrada separada para membros maiores de 12 anos.

E esse valor não inclui ingresso para as arquibancadas. Mesmo assim, os espaços para os trailers ficam lotados, e os fãs improvisam plataformas no topo de seus veículos para enxergar a pista. Outros preferem assistir pela tevê ali mesmo, no estacionamento. A vantagem é o som de alta definição, direto da pista.

Quem leva a sua casa para o autódromo fica, também, livre da preocupação com possíveis interrupções ou adiamento da corrida. E no domingo isso se mostrou um bom negócio. A prova da Sprint Cup Series, a divisão principal, foi interrompida por duas vezes, com um total de 2h20 de paralisação. Um buraco surgiu no asfalto entre as curvas 1 e 2 e passou a representar risco aos pilotos. Segundo a administração do autódromo, o problema foi causado pelo volume de chuva nos dias anteriores, combinado com a baixa temperatura do ar e o constante tráfego na pista.

A prova durou cerca de seis horas, mas foi realmente decidida nas últimas milhas. Na Nascar, quando acontece um acidente com menos de três voltas para o final, a corrida é decidida em uma situação chamada "verde-branca-quadriculada". Isso significa que depois que a pista for liberada pela direção de prova, os pilotos recebem a bandeira verde para relargar e, já na próxima passagem, a indicação de uma volta para o fim. Uma das mudanças no regulamento para este ano é que serão feitas até três tentativas de concluir a prova nesse sistema caso hajam acidentes nas voltas finais.

Quem se deu bem com isso foi o piloto Jamie McMurray, do Chevrolet número 1. Ele ganhou um empurrão de Greg Biffle, do carro 16, na última relargada e assumiu a liderança nas duas voltas restantes. Biffle acabou apenas em terceiro, por culpa de uma performance espetacular de um dos favoritos da torcida, Dale Ear­­nhardt Jr. Ele ultrapassou oito oponentes nas últimas cinco milhas da corrida e por pouco não ficou com o troféu.A 52.ª edição da Daytona 500 qubrou o recorde de maior número de líderes na prova (21), com 52 mudanças. McMurray esteve na frente apenas uma vez e só por duas voltas, mas foi o suficiente para receber a bandeirada e começar o ano na frente.

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