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Funcionário limpa a entrada da sede da Fifa, em Zurique: suspeita de sujeira marca a eleição para as sedes da Copa de 2018 e 2022 | Christian Hartmann/ Reuters
Funcionário limpa a entrada da sede da Fifa, em Zurique: suspeita de sujeira marca a eleição para as sedes da Copa de 2018 e 2022| Foto: Christian Hartmann/ Reuters

Corrupção

Um dos votantes para escolher as sedes de 2018 e 2022, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, desembarcou na Suíça em meio à repercussão das denúncias feitas pela rede de comunicação BBC. Ele teria recebido US$ 9,5 milhões, entre 1992 e 1997, da falida empresa de marketing ISL. Seriam 175 paga­­mentos de propinas a membros da Fifa. A entidade ale­­­­ga que o caso foi encerrado judi­­cialmente em junho, e que nenhum membro seu foi condenado. O que não revela, e que a Justiça confirma, é que fechou um acordo com o tribunal da cidade de Zug, de US$ 5,5 milhões em troca do arquivamento do processo. Mas o pagamento não foi feito pela Fifa, e sim por dois indivíduos implicados no caso. Pelas leis suíças, os nomes deveriam ser divulgados. Porém advogados da Fifa tentam impedir. A alegação é de que o impacto seria "devastador" para a reputação da entidade.

  • Entenda o pleito da sede das Copas de 2018 e 2022

Zurique - O "fator Brasil" se transformou em elemento decisivo na escolha desta manhã das sedes das Copas de 2018 e 2022. O dilema é: abrir no­­vos mercados ou voltar a países onde tudo está quase pronto.

De um lado, novas potências eco­­nômicas surgem como candidatas fortes e com promessas de lu­­cros sem precedentes para a Fifa. Mas fontes ligadas à entidade revelaram que há uma certa "fadiga" diante dos problemas deste ano na África do Sul e, principalmente, das indefinições no Brasil para 2014. "Há um sentimento de que está na hora de dar a Copa a um lo­­­cal onde sabemos que as coisas acontecem sem surpresas", disse a fonte. "É o que está sendo chamado de fator Brasil", explicou.

Com a desistência dos Estados Uni­­dos, que passou a concorrer ape­­­­­nas a 2022, a edição de 2018 se­­­­rá na Europa. Concorrem In­­gla­terra, Espanha/Portugal, Holan­da/Bélgica e Rússia. As três primeiras candidaturas apostam na tal "fadiga". O principal argumento é de que os estádios estão basicamente prontos, assim como toda a infraestrutura. Inglaterra (1966) e Es­­panha (1982) já receberam Co­­pas.

Porém a Fifa sabe que a dor de cabeça de explorar outros centros também traz riqueza. "O dinheiro não está mais nas regiões tradicionais", admitiu a fonte. Se o caminho for esse, a Rússia seria a bola da vez para 2018, com uma elite cada vez mais rica e o dinheiro do petróleo impulsionando a economia.

Como o estatuto da Fifa não per­­mite dois Mun­­diais seguidos no mesmo continente, os europeus deixaram a briga por 2022 após a desistência dos norte-americanos.

Para daqui a 12 anos, a opção mais segura seria justamente os EUA. A Copa de 1994 ainda detém o recorde de público, de 3,5 mi­­lhões, e a seleção local se classificou para os últimos cinco Mun­­di­­­­ais. A renda da tevê para a Fifa po­­­deria quadruplicar e os patrocínios chegariam a US$ 1 bilhão.

Na Austrália, a infraestrutura também não é problema e o futebol tem se tornado cada vez mais popular. Apesar de o país ficar na Oceania, tem grande influ­ência sobre o mercado asiático. A exposição da Fifa e do futebol na região é o maior argumento.

Os outros três concorrentes são asiáticos de fato. Japão e Coreia do Sul receberam a Copa em conjunto há apenas oito anos. Desta vez separados, optaram por linhas di­­­fe­­­rentes. Os japoneses apostam na tecnologia, prometendo levar os jogos, através da realidade virtual, a 400 estádios pelo mundo. Já os sul-coreanos, no momento em que vivem uma das piores crises diplomáticas com a Coreia do Norte, ape­­laram para a integração proporcionada pelo esporte.

A opção mais ambiciosa seria o Catar, com a primeira Copa no Ori­ente Médio e num país menor que o estado do Rio de Janeiro. Dinheiro não é problema. As autoridades lo­­­cais prometem gastar US$ 50 bi­­­lhões, o maior orçamento da história. Com todos os estádios na mesma cidade, os torcedores poderiam ir a dois jogos por dia. O país também garante ter a solução para o calor de mais de 40 graus: um sistema para reduzir a 27 graus a temperatura nas Arenas. Não haveria elefantes brancos. Os palcos se­­ri­am desmontados e levados para países pobres.

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