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Rio – O primeiro e o segundo lugares na Volvo Ocean Race, após quatro etapas disputadas, além do favoritismo para seguir na frente ao longo das cinco restantes, não fazem peso algum nos barcos da equipe ABN Amro. Pelo contrário, a tranqüilidade entre os tripulantes é absoluta. Tanta que, caso desçam um degrau no pódium amanhã, o resultado será considerado relativamente positivo.

É a opinião dos capitães Mike Sanderson (ABN 1, o líder com 49 pontos) e Sebastien Josse (ABN 2, segundo com 35) para a regata dentro do porto (import trace) que ocorrerá neste sábado na Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro. Além das chamadas "pernas" (regatas que ligam um país ao outro), e dos portões de pontuação no trajeto, a corrida de volta ao mundo da vela também dispõe de pequenas disputas nos portos onde os barcos ficam ancorados.

Entretanto, eles pensam assim apenas no caso de uma vitória "caseira". "Estamos muito animados para a disputa com o Torben, e se chegarmos em segundo e terceiro podemos comemorar", revelou Sanderson. Isso porque o brasileiro – capitão do barco Brasil 1, que está em quinto lugar na competição com 26,5 pontos – conhece como ninguém os segredos do local.

Morador de Niterói, Torben Grael atravessa diariamente a baía para ir treinar, e admite a importância desse trunfo. Porém, vê também com outras intenções o respeito dos oponentes. "De certa forma é uma malandragem. Mas algo natural, afinal, como estamos correndo em casa a expectativa por um bom resultado é muito grande", disse o maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco conquistas, duas de ouro, uma de prata e duas de bronze.

Malandragem ou não, de certo apenas que o time da ABN tem ido muito além do discurso. Na prática, desde o início da Volvo Ocean Race – dia cinco de novembro, em Vigo, na Espanha - os barcos patrocinados pelo banco vêm mostrando um desempenho excepcional. O ABN 1 venceu três das quatro pernas, com o ABN 2 chegando por duas vezes logo atrás. Na etapa em que perdeu a primeira colocação – para o Movistar, de Melbourne, na Austrália, até Wellington, na Nova Zelândia – chegaram somente nove segundos atrás.

De acordo com seus integrantes, os bons resultados são fruto da ótima preparação, e da concepção acertada da embarcação. "Estamos muito contentes. O bom desempenho até agora mostra que estamos preparados para todo o tipo de condições do mar e dos ventos", contou o neozelandês Sanderson, que comanda o barco principal da equipe. Antes de optar por um tipo de embarcação – diferente dos demais, quase um metro mais largo – foram feitos testes virtuais com centenas de tipos de barco.

O "chefe" do número dois – composto por "novatos", e que conta com os brasileiros Lucas Brun, como timoneiro, e André Mirsky, na equipe de apoio em terra – também está satisfeito, e conformado com a segunda posição. "Não temos como prioridade ganhar do ABN 1. Queremos nos manter entre os três primeiros, o que será excelente para nós", afirmou Sebastien Josse, que é francês.

O jornalista viajou a convite do ABN Amro.

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