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O Coritiba viajou ontem para Brasília, destino capaz de renovar as esperanças alviverdes ou encerrar de vez a temporada do clube. Se perder ou empatar o jogo de sábado, contra o Gama, adeus. Se ganhar, mas América-RN e Náutico também vencerem, acabou também. Com condições tão adversas para tentar o retorno à Série A, o clima do embarque beirava a desolação. Cabeças baixas, passos lentos e poucas palavras, das quais a "esperança" se encarregava de reforçar a sintonia pouco afinada entre a realidade e o discurso.

Outra palavra bastante repetida no vocabulário da derrocada alviverde, a matemática foi citada por Paulo Miranda, um dos poucos que falaram ontem. Candidato a ícone do "não-acesso", o volante se agarra às mínimas chances (4% segundo os cálculos do site Infobola) para tentar salvar o time e sua própria imagem.

"Por menor que sejam as chances, precisamos confiar. Temos de fazer a nossa parte e conquistar esses seis pontos. Já pensou se os outros resultados ajudam e nós não?", comentou o jogador, rouco por causa de uma inflamação na garganta, responsável por tirá-lo do treino de ontem, mas que ele espera vencer até sábado.

Criticado pela torcida, o jogador teria recebido apoio do amigo e ídolo coxa Alex. "Desde que cheguei ao Coritiba, sabia que por ser um dos jogadores mais conhecidos, eu seria cobrado. Não queríamos que o time estivesse nessa situação", disse o volante, antes de invocar outro lugar-comum desta agonizante reta final do Brasileiro: a fé.

Pelo improvável retorno do Coritiba à Série A, Paulo Miranda prometeu ir até a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, interior paulista. A promessa tem como companheiro o goleiro Artur, expulso após o jogo contra o Galo por reclamar da arbitragem – ele será substituído por Kléber. Enquanto isso, a mãe e a esposa do volante fazem novena pelo milagre.

O pedido aos céus é reforçado pela torcida. Ontem, no que pode ter sido a última quarta-feira de esperança, vários coxas-brancas recorreram à tradicional e vizinha novena do Perpétuo Socorro, ao lado do Couto Pereira.

A iniciativa acalentou o grupo. "Ficamos felizes por isso porque muitas vezes o grupo se sentiu divorciado da torcida por causa de alguns acontecimentos, como aquela briga no aeroporto. A fé também é importante e também estamos mobilizados nesse sentido", afirmou o técnico Bonamigo, se esforçando para manter a força em meio ao abatimento.

"Temos de ter fé. Mas eu me apego ao trabalho. Ainda confio que podemos levar esse time à Primeira Divisão", afirmou o zagueiro Leandro, cujo pouco tempo no time titular não lhe tirou a empolgação. Sensação rara a quem está envolvido com as cores alviverdes em 2006.

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