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Um dia depois de anunciar a suspensão da parceria com a Paraná Esporte, a Federação Paranaense de Vôlei (FPV) voltou a demonstrar, ontem, que está em rota de colisão com a autarquia ligada à Secretaria de Estado de Educação. Segundo o presidente em exercício da FPV, Olegário Stinglin Júnior, os árbitros que participarem da fase regional dos Jogos da Juventude (JOJUPs), que se iniciam hoje em oito cidades do estado, serão desligados da federação.

"A gente liberou os árbitros para apitarem para a Paraná Esporte, mas quem for não fará mais parte do quadro da federação. Manda­­mos e-mail para cada um deles dei­­xando isso claro", disse Stinglin Jú­­nior à Gazeta do Povo. "Foi a atitude que tomamos, não sei se é coa­­ção. Só que não é de nosso interesse que eles apitem essa competição. Quem for, está fora", emendou.

O principal motivo da rusga entre o dirigente e a Paraná Esporte não tem nome, mas está localizado no campus da autarquia, em Curitiba. O ginásio de número três – o mesmo que foi cedido à seleção brasileira de ginástica –, que estava abandonado e sem condições de uso, seria emprestado para a FPV, que se dispôs a recuperá-lo. Porém, a solicitação feita no fim de maio não foi atendida.

"O ginásio estava à míngua, com goteiras mil e piso arrebentado. Fizemos o pedido antes de a se­­leção [masculina de vôlei] vir para Curitiba [para amistosos no início de setembro]. Eles falavam: temos de ver, vamos com calma. Passou o jogo e ninguém da Paraná Esporte nos atendeu mais", garantiu Stin­­glin, justificando a falta de arbitragem nos JOJUPs. "E o ginásio é só 25% [da reclamação]", adicionou, citando que há quatro anos o estado não apoia o esporte.

O diretor-presidente da Paraná Esporte, Marco Aurélio Saldanha Rocha, demonstrou surpresa com a atitude. De acordo com ele, FPV é a única em um universo de 17 fe­­derações que demonstrou algum tipo de insatisfação. Quanto à de­­mora para o empréstimo do ginásio, a culpa recaiu sobre trâmites burocráticos. A liberação sairia ainda neste mês, segundo Rocha, que vê outros motivos para o rompimento.

"De repente é coisa política ou até pessoal. Só faltava uma assinatura e a homologação do governador. Em nenhum momento nos procuraram [antes de anunciarem o fim da parceria]. Foi uma idiotice, uma precipitação. Agora eles que toquem a vida deles. Nós tocamos a nossa", declarou o diretor-presidente, ao mesmo tempo em que lamentou a necessidade de ter de chamar juízes de ligas paralelas para os JOJUPs. "Eram 75 árbitros só nessa competição. Contratamos cerca de 3 mil anualmente. Muitos vão ficar sem trabalhar".

O presidente em exercício da FPV negou qualquer motivação política.

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