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A folha corrida da Federação Paranaense de Futebol (FPF) parece não ter fim. De acordo com o balanço patrimonial da entidade, as dívidas da administração Onaireves Moura já beiram os R$ 9 milhões.

Conforme o documento contábil (publicado sexta-feira em jornais de Curitiba, conforme a lei), a FPF tem um débito de R$ 6.259.697,03 a título de pendências tributárias. Além de R$ 2.688.984,67 com fornecedores.

O rombo deve ser ainda maior, pois no saldo apresentado não foram contabilizados, por exemplo, os valores referentes aos processos trabalhistas em andamento na Justiça.

"Nosso maior problema é com o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), mas como voltamos para o Refis (Programa de Recuperação Fiscal) deveremos zerar tudo até o fim do ano", garante Laércio Polanski, superientendente da Federação.

De acordo com o dirigente, a explicação para essa falta de pontualidade com os credores é simples. "As obras no Pinheirão", diz. Em 2004, o estádio passou por uma reforma procurando se adaptar ao Estatuto do Torcedor e receber a seleção brasileira nas Eliminatórias.

Ainda com relação ao balanço do ano passado, há outro sinal de má-administração na FPF. O órgão que comanda o futebol no estado fechou com um saldo negativo de R$ 940.185,07 – quase três vezes mais no vermelho em relação ao valor apresentado no exercício anterior.

"Se fosse numa empresa normal, a situação seria preocupante", reconhece o contator Rolando Germano Ribow, responsável pela Étika Contábil e Auditoria Ltda., empresa encarregada há três anos pelos balanços da FPF. Segundo ele, nesse triênio de análises, 2005 foi o mais deficitário.

"Mas como se trata de uma federação, a coisa é diferente. É o mesmo caso dos clubes, cujos passivos são várias vezes maiores do que os ativos e eles conseguem sobreviver. A Federação é nada menos do que um aglomerado desses clubes. Hoje o patrimônio social da entidade ainda cobre todos os encargos", ponderou Ribow.

O fato de não considerar dívidas incertas, aquelas em disputa judicial, não chega a lhe apavorar. "Normalmente as assessorias jurídicas fazem um laudo prevendo esses possíveis despesas futuras. Mas, como depende da Justiça, é muito complicado antecipar porque são números imprevisíveis. Podem representar um ônus de pequena monta ou um valor expressivo. Às vezes o patrimônio acaba comprometido", explicou.

Além de ser ré em demandas trabalhistas e faltar com INSS, a Federação discute o não-pagamento de IPTU (Imposto Municipal sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana).

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