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Monza, Itália – Às vésperas do anúncio sobre o futuro da Ferrari, um dos principais argumentos usados pelos que acreditam na aposentadoria de Michael Schumacher caiu por terra ontem: a falta de sentido em rebaixar Felipe Massa a piloto de testes.

Isso não seria mais necessário. A escuderia italiana fechou em Monza contrato de fornecimento de motor para Red Bull e Toro Rosso, as duas equipes de Dietrich Mateschitz, criador da marca de bebida energética.

A Red Bull já anunciou sua dupla de pilotos para 2007: David Coulthard e Mark Webber. Mas a Toro Rosso, que nesta temporada compete com Scott Speed e Vitantonio Liuzzi, está com as duas vagas indefinidas.

Assim, caso a Ferrari anuncie amanhã que Schumacher correrá ao lado de Kimi Raikkonen, Massa teria um cockpit. Exatamente o da Toro Rosso, que em troca receberia desconto na compra dos motores.

Não seria novidade. Em 2002, a Ferrari lançou mão da mesma estratégia para promover a estréia de Massa. Na época, a Sauber, cliente de Maranello, aceitou hospedá-lo. A negociação foi conduzida pessoalmente por Jean Todt, diretor ferrarista, que desde 2001 detém o contrato do brasileiro.

Embora resolva um dilema da escuderia para o caso de Schumacher continuar ("O que fazer com Massa?"), o acerto não implica obrigatoriamente na continuidade do alemão. Mas reacende essa possibilidade, já descartada por muita gente no paddock de Monza.

"Ele vai parar. Sabe que chegou a hora certa", opinou Flavio Briatore, chefe da Renault. "Não será nenhuma surpresa se as coisas continuarem nebulosas depois da corrida", disse Norbert Haug, diretor da Mercedes-Benz.

A Ferrari prometeu encerrar o mistério amanhã, após o GP da Itália, 15.ª etapa do Mundial. Hoje, a partir das 9h (horário de Brasília), ocorre o treino oficial.

Envolvido pela blindagem ferrarista que impede amigos e familiares de tocarem no assunto, Massa foi evasivo. Questionado sobre se estava tranqüilo ou apreensivo com a informação que diz ter, disse que não falaria. "Todas as perguntas que estão sendo feitas tentam me colocar uma pressão para que vocês [jornalistas] tenham uma idéia no final. Vamos esperar até domingo."

Até mesmo o formato do anúncio é guardado em segredo. Normalmente, a Ferrari divulga seus planos de forma sucinta, em notas de poucas linhas. A ocasião, porém, é especial, já que envolve o piloto mais vencedor de sua história.

Mesmo assim, a escuderia não admite nem uma coisa nem outra. "Acredito que seja um comunicado, mas não sei exatamente como vai ser. Só fui avisado, como vocês, que tudo vai ser anunciado depois da corrida", completou Massa, sorriso no rosto que denuncia um cockpit para o próximo ano. Seja ele azul ou vermelho.

Na TV: treino oficial para o GP da Itália, às 9 horas, na Globo/ RPC.

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