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Rolândia – A estréia de Lothar Matthäus fora de Curitiba não poderia ter lugar melhor para acontecer. Fundada por alemães, em 1932, Rolândia receberá o filho ilustre de braços abertos e, naturalmente, copos cheios de cerveja neste domingo.

Porém a simpatia da numerosa colônia germânica da cidade – orgulhosa pela presença do ex-craque de seu país – não se estenderá à disputa esportiva. Dentro das quatro linhas, o patriotismo dará vez ao "bairrismo", e os "primos distantes" do técnico atleticano torcerão pela vitória do Nacional, time da terra que os acolheu.

Morador da cidade há 32 anos, Jaime Freiberger, de 53 anos, é membro da quarta geração de alemães de Rolândia. Pouco acompanha o Nacional, mas irá amanhã ao Estádio Erick George para empurrar a equipe alviceleste contra o Rubro-Negro.

"Luto pela tradição alemã, mas torcerei pelo Nacional", revelou.

Sobre a visita especial, Freiberger gostaria de aproveitar a oportunidade e convidar Matthäus para a prática do "esporte predileto" da colônia. "Gostaríamos de oferecer uma cerveja para o Lothar. Mas é complicado, ele veio a trabalho, seria sacanagem", brincou o comerciante e presidente do Conselho de Turismo do município.

Freiberger é um dos fiéis participantes da "stammtisch" (espécie de "happy hour"), organizada toda sexta-feira no Clube Concórdia, tradicional reduto germânico. Em meio à muita cerveja (nacional) e músicas típicas (conduzidas por uma sanfona), eles celebram a cultura de seus ancestrais. Durante a disputa das Copas do Mundo, reúnem-se para torcer pela Alemanha, exceto quando a seleção de seus pais e avós enfrenta a dos filhos. Com o Brasil pela frente, a opção é pela camisa amarela.

No encontro de ontem à tarde, o papo não poderia ser outro. "É muito agradável contar com a visita de uma figura tão importante do futebol mundial, ainda mais em se tratando de um alemão", disse Arthur Evaldo Unhaun, 75, um dos fundadores do Concórdia e do Nacional, assíduo freqüentador da reunião. "Minha ligação com o clube faz com que eu deixe minhas origens de lado e torça contra o time do Matthäus".

Dança folclórica

Outro integrante da turma que mantém a tradição alemã bebendo uma cervejinha é Klaus Nixdorf, 71, presidente do grupo alemão Germânico (Associação Teuto-Brasileira do Norte do Paraná), que congrega cerca de 1.200 pessoas.

Muito satisfeito e honrado com a vinda de Matthäus, o filho de um dos fundadores de Rolândia prefere exaltar a festa do futebol, deixando de lado a preferência clubística. "Tanto faz quem vai ganhar, o mais importante será a celebração".

Apesar da correria do dia-a-dia, os representantes alemães de Rolândia estavam em ritmo acelerado para organizar uma recepção especial para Lothar Matthäus. "Todo mundo trabalha, então complicou. Mas vamos tentar fazer algo para não passar em branco", disse Jaime.

A homenagem será feita pelos grupos folclóricos da cidade, numa apresentação de danças alemãs em trajes típicos antes de a partida começar.

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