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A Fifa perdeu a paciência. On­­tem, dia em que acabou o prazo dado para o início das obras nos estádios da Copa de 2014, o secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, fez duras críticas à preparação brasileira para receber o Mundial. "O Brasil não está no caminho certo", alertou o dirigente, durante evento em Johan­­nes­­burgo, na África do Sul.

A Fifa quer todos os estádios no Brasil prontos até o dia 31 de dezembro de 2012, seis meses antes do início da Copa das Con­­federações, que também acontecerá no país, um ano e meio antes do Mundial. Por isso, Valcke perdeu a diplomacia ao ver mais um prazo descumprido pelos brasileiros, que já deveriam ter começado as obras em janeiro.

"As pessoas questionaram muito a Copa na África, mas o Brasil está mostrando que é muito difícil fazer uma por lá também. Vocês têm a Copa de 2014 e a Olim­­píada de 2016, mas têm de fazer por onde", afirmou Valcke, questionando também a preparação do Rio como sede olímpica.

Até agora, as cobranças da Fifa vinham sendo feitas nos bastidores. Mesmo porque o prazo para o início das obras já passou de janeiro para março e, depois, de março para maio. Como praticamente nada foi feito – os trabalhos começaram em apenas alguns estádios brasileiros –, a entidade resolveu fazer críticas públicas, na esperança de provocar uma reação das autoridades.

"A luz vermelha já se acendeu para o Brasil, que não cumpre prazos. Recebi alguns relatórios sobre estádios e não está nada bom. É incrível como o Brasil está atrasado. E não estou falando apenas de Morumbi ou Maracanã, mas de todos os estádios. Muitos dos prazos já expiraram, e nada aconteceu", revelou Valcke.

A preocupação da Fifa é de que os organizadores no Brasil sempre encontram um motivo para justificar os atrasos das obras. "Este ano há eleições, para tudo... E quase nada vai ocorrer. Ano que vem, carnaval, para de novo. Será que só vão começar depois. É preciso aproveitar o tempo disponível para fazer as coisas", reclamou Valcke. "O Brasil está há muito tempo querendo uma Copa, mas agora tem de se mexer. Tem de fazer isso pela América do Sul, não só pelo Brasil. A Copa é amanhã de manhã."

Apesar da cobrança pública, o discurso na Fifa é de que, por enquanto, ninguém pensa na possibilidade de substituir o Brasil como sede da Copa de 2014.

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