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Representantes da Fifa e do governo brasileiro voltaram nesta terça-feira a defender o direito às manifestações pacíficas, mas procuraram dissociar os protestos em diversas capitais brasileiras dos gastos públicos para a realização da Copa das Confederações e da Copa-2014.

"Não há uma oposição generalizada à realização da Copa do Mundo, ao contrário. Há largo apoio na população brasileira para os eventos", disse Luis Fernandes, secretário-executivo do Ministério dos Esportes e coordenador do Grupo Executivo da Copa do Mundo (Gecopa).

"Pode haver setores que estão desinformados sobre a Copa do Mundo: ela é uma oportunidade de investimento em políticas estruturais que estimulem o desenvolvimento local e regional no Brasil. O investimento em estruturas e serviços que vão melhorar a vida dos brasileiros após a Copa é óbvio."

Fernandes defendeu o "direito constitucional" de manifestações nas ruas, mas disse que os protestos não podem interferir no direito do torcedor que pretende ir aos estádios para assistir aos jogos.

"Quando as demonstrações são pacíficas, é muito positivo que aconteçam em nosso país. O que precisamos garantir é que a liberdade seja para todos: assim como os manifestantes têm o direito de se pronunciar, quem quiser ir aos estádios assistir aos jogos com segurança precisa ter esse direito garantido. Esta é a nossa abordagem."

Sobre o protesto de segunda-feira no Rio, que acabou com violência e depredação em frente à Assembleia Legislativa, o coordenador do Gecopa repudiou os ataques ao "prédio histórico, símbolo da democracia" por parte de uma minoria de manifestantes.

"A sociedade brasileira condena e repudia todas as formas de violência. Sou cidadão do Rio e tenho certeza de que 99% das pessoas, que participaram pacificamente das manifestações ontem no Rio, condenam a violência que aconteceu após a passeata. O direito de protestar pacificamente é constitucional e foi algo que conseguimos após muita luta, tivemos 25 anos de ditadura militar no Brasil."

Sustentabilidade

Os representantes da Fifa também apresentaram alguns projetos na área de responsabilidade social e afirmaram que a entidade investirá US$ 20 milhões na implementação da estratégia de sustentabilidade para a Copa-2014.

"Qualquer que seja a imagem da organização, não é por isso que devemos ter um plano de responsabilidade social. Temos porque somos uma organização internacional, rica, responsável pelo jogo mais popular do mundo", disse Federico Addiechi, chefe da área de responsabilidade social da Fifa.

Ele também falou sobre os protestos populares nas cidades-sedes do Mundial."Cresci sob a ditadura militar argentina, quando não tínhamos oportunidade de fazer demonstrações nas ruas e o medo era parte do cotidiano dos jovens. Se está acontecendo agora ou se acontecer durante a Copa do Mundo, a população tem esse direito e temos de aplaudir. Condeno os atos de violência que temos visto, mas a expressão democrática do povo, seja no Brasil ou em qualquer outro país, deve ser defendida", disse Addiechi.

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