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Maior pontuadora das finais da Superliga, Natália é uma das jogadoras de alto nível sem emprego com o fim do Osasco | Silvio Avila/CBV
Maior pontuadora das finais da Superliga, Natália é uma das jogadoras de alto nível sem emprego com o fim do Osasco| Foto: Silvio Avila/CBV

São Paulo - Finalista das últimas oito edições da Superliga, com três títulos e cinco vice-campeonatos, o time profissional do Finasa/ Osasco será extinto. A decisão, tomada em uma reunião na noite de segunda-feira, deixa o vôlei feminino brasileiro em situação delicada apenas oito meses depois de chegar ao seu auge, a conquista da primeira medalha de ouro olímpica de sua história, nos Jogos de Pequim.

O fim do projeto de alto rendimento, que já durava 20 anos, deixa sem emprego quatro atletas medalha de ouro em Pequim (Carol Albuquerque, Sassá, Thaísa e Paula Pequeno) e revelações da Superliga, como Natália (maior pontuadora da final), Adenízia e a líbero Camila Brait. Já os projetos sociais e das equipes das categorias de base devem continuar.

"Estou chocada. Agora é cada um por si, as jogadoras terão de se virar", lamentou Carol, à ESPN Brasil.

"Estou de luto, extremamente triste, amargurado. É um baque, todos nós (do vôlei) estamos sofrendo com isso", disse, em entrevista por telefone ao SporTV, José Roberto Guimarães, ex-técnico do Osasco. "Quando se fala no fim de uma equipe de vôlei já é triste; mas quando essa equipe é o Osasco é mais triste ainda, pois o clube tem a melhor estrutura de vôlei que já existiu no país."

O problema pode não parar por aí. A parceria da Brasil Telecom com a cidade de Brusque se encerra no dia 30 deste mês e também corre o risco de ser desfeita, mesmo após o quarto lugar na Superliga. A empresa deve se pronunciar oficialmente nos próximos dias. Entre os destaques, a equipe catarinense possui a maior pontuadora da história da Superliga, a veterana oposto Elisângela.

O presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ary Graça, vai se pronunciar somente hoje. De acordo com a assessoria do dirigente, ele não havia sido comunicado oficialmente pela equipe de Osasco. Ari, porém, admitiu que pode pensar na mudança de critérios do ranking de pontuação para manter as atletas mais consagradas no país.

No sistema criado pela CBV, cada jogadora recebe uma pontuação, e os clubes só podem inscrever atletas com soma total de 32 pontos. No Osasco, as campeãs olímpicas Paula Pequeno e Sassá (nível 7) e Carol Albuquerque e Thaísa (nível 6) têm mais dificuldade de serem absorvidas pelos clubes nacionais.

"A questão do ranqueamento pode complicar para as jogadoras continuarem atuando no Brasil", admitiu o ex-técnico do Osasco, Luizomar de Moura, em entrevista ao SporTV.

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, minimizou o momento delicado no vôlei feminino, um dos carros-chefe da entidade. "O fim de uma equipe não é o fim de uma modalidade", disse Nuzman. "O voleibol está estruturado para dar sequência ao seu desenvolvimento e continuar dando retorno positivo."

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