• Carregando...

Trieste e Combate Barreirinha fazem hoje, às 16 horas, no Estádio Francisco Muraro, a final da tumultuada 43.ª edição da Taça Paraná. A equipe de Santa Felicidade – que venceu o primeiro jogo por 4 a 2 na casa do adversário – tem a vantagem do empate para chegar ao cobiçado título do futebol amador.

Caso confirme o favoritismo, o time da colônia italiana chegará à 10.ª conquista na competição (levou a taça em 1965, 66, 69, 70, 71, 84, 85, 88 e 90), encerrando um jejum de 16 anos. Já o representante da zona norte curitibana, além de buscar o bicampeonato (é o atual campeão), fará da façanha uma bandeira em defesa do romantismo na categoria.

O Tricolor da Barreirinha diz ter perdido – justamente para o rival desta tarde – 90% dos boleiros que triunfaram na conquista do ano passado. Até mesmo o técnico foi capitulado pelo projeto do Trieste, bancado pelo apoio da indústria Stival Alimentos, de Campo Largo.

"É o pobre contra o rico", alega Márcio Motta Teixeira, diretor de futebol do Combate. "Nosso adversário conta com uma estrutura forte. Eu posso chamá-los até de semiprofissionais. Por causa de dinheiro, perdemos nosso time todo para eles. Não ficou ninguém. Agora, simplesmente na base da amizade, conseguimos trazer 19 jogadores e chegar até aqui com muita luta", completa.

O treinador Ivo Petri, um dos ex-aliados, rechaça a motivação monetária para a debandada. "Fomos seduzidos por uma estrutura melhor. Além disso, tinha também a ambição de ganhar algo pelo Trieste. São muitos anos de jejum para uma agremiação tão tradicional. Uma ajuda mensal pesa, mas não foi o principal", fala. "Esse discurso deles, ‘somos coitadinhos’, não faz sentido."

Já o técnico do Barreirinha considera que a questão chegou no limite. "O amador vai acabar desse jeito. Pagamos R$ 50 por jogo mais ajuda de combustível. Nosso oponente, ouvi dizer, chega a desembolsar R$ 400 ou R$ 500 para alguns jogadores", explica Marcelo Leôncio.

De acordo com o regulamento da competição, a igualdade no placar beneficia os anfitriões, que esperam contar com o apoio de pelo menos 3 mil pessoas. "Mesmo sendo época de Natal e com o comércio a todo vapor, acreditamos em um grande público", comenta o presidente do Trieste, Lauro Ferro. Em caso de vitória simples dos visitantes, o duelo será definido na prorrogação ou até mesmo nos pênaltis.

Os ingressos, outro sinal claro de novos tempos no amador, custam R$ 5 (sócios do Trieste pagam R$ 3). E diante dos indícios de profissionalismo, além das duas diretorias levarem o grupo de jogadores para concentração em hotel, ambas também confirmam que vão pagar bicho em caso de vitória.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]