Veteranos aprovam revelações
Ex-expoentes da natação paranaense, Rogério Romero e Renato Ramalho vêem com entusiasmo a perspectiva dos novos atletas do estado. Segundo eles, as revelações têm qualidade suficiente para ocupar espaços de destaque.
"A Alessandra Marchioro já é uma realidade. Só vai depender dela ter perseverança e uma cabeça boa", diz Ramalho, sócio da Academia Gustavo Borges. "Mas para mim todo mundo tem chance. Eu mesmo, aos 13 anos, quase desisti por falta de capacidade, de performance e aos 19 estava na Olimpíada", conta o ex-nadador.
Para Romero, que hoje trabalha na Secretaria de Esportes de Belo Horizonte, Henrique Rodrigues também está no caminho certo. "Ele é um garoto de talento. É novo e tem quatro anos para melhorar ainda mais seus resultados. Só precisa ter uma cabeça boa para suportar os altos e baixos. Nem sempre vai ganhar tudo, mas tem que se dedicar". (SC)
O ciclo olímpico para os Jogos de Londres, em 2012, começa oficialmente nesta terça-feira para a natação brasileira. O 37º Troféu José Finkel principal disputa da modalidade no país será realizado de hoje a domingo, em São Paulo, com a presença de atletas de ponta, como Thiago Pereira, e inúmeras promessas para os próximos quatro anos. A única ausência será a do campeão olímpico dos 50 m livre, César Cielo, que irá à piscina do Corinthians apenas como um espectador de luxo.
Servirá também como um recomeço para a natação paranaense. Após cinco Olimpíadas sempre representado por Rogério Romero e com participações de outros nomes de destaque, como Renato Ramalho, Cristiano Michelena e Diogo Yabe, o estado não mandou representante a Pequim. Uma história que tem tudo para ser retomada na Inglaterra por uma nova geração liderada por Alessandra Marchioro e Henrique Rodrigues.
Com apenas 15 anos, Alessandra já é destaque no cenário nacional. Em junho, venceu três provas (50 m e 100 m livre e 100 m peito) no Brasileiro juvenil, em Belém, e já faz parte da seleção nacional da categoria. Os feitos mais recentes de uma carreira de nove anos.
"Comecei muito cedo porque tinha asma e bronquite. Passei a competir e me dar bem, daí não parei. E acho que não vou parar nunca", diz, com um objetivo bem claro: participar de uma Olimpíada.
Os bons resultados dão a Alessandra chances reais de estar nos próximos Jogos. Porém, os quatro anos que a separam de Londres serão decisivos. "Ela já tem se saído muito bem e ainda tem muito a melhorar na parte técnica, nos fundamentos. Se continuar se dedicando, certamente vai ter boas chances. Já temos um planejamento", revela seu treinador, Wellington Soares.
Parte do plano começa hoje, na disputa do Finkel, onde a nadadora tentará melhorar seus tempos e a conseguir classificação para a final, principalmente nas provas de peito, sua especialidade.
"Com meus tempos de hoje eu entraria na final. Sei que é difícil, mas acho que dá", afirma ela, inscrita nos 50 m e 100 m peito e nos 50 m livre.
Outro grande candidato a representar o estado na próxima Olimpíada, Henrique tem ambições ainda maiores para este Finkel. "Espero melhorar meus tempos e brigar por medalhas nas quatro provas de que vou participar", declara o nadador, que entrará na piscina para a disputa dos 200 m e 400 m medley, 200 m costas e 50 m livre.
O curitibano de 17 anos mudou-se no início de 2007 para Belo Horizonte, convidado para treinar no Minas Tênis. Sair de sua cidade natal foi apenas mais um dos sacrifícios feitos em nome do esporte.
"Tem que abrir mão de muita coisa. O caminho para uma Olimpíada não é nada fácil. Precisa se dedicar muito e treinar ainda mais pesado do que eu já treino para ter chance", analisa Henrique.
O time paranaense no Finkel ainda tem Flávia Borges, Lucas Zital, Eduardo Junkes, Rafaela Budib e Daniele Rosa, do Clube Curitibano; Verônica Balsano, da Academia Gustavo Borges; Diogo Yabe, da Fadenp-SP; Felipe May e Leonardo Sumida, da Unisanta-SP.
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