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Estádio com quase 60 anos, o Durival Britto não escapou de lendas, boatos e fatos polêmicos. Entre as histórias verídicas que marcaram a atual casa paranista, uma pode ser enquadrada na categoria tragicômica. Teve de tudo: erro do árbitro, desistência, campeão e tapetão.

Era 21 de janeiro de 1951, mas o jogo valia a taça do Estadual de 1950. O Ferroviário precisava do empate para se tornar campeão contra o Coritiba. Com 44 minutos do segundo tempo, o placar estava 2 a 2. Então veio o lance capital: o coxa Renatinho chutou à queima roupa e fez o gol. Silêncio nas arquibancadas da Vila. Festa alviverde – mas por pouco tempo.

Diante da iminente derrota, o goleiro Pianowski – alguns garantem que foi o defensor Nelsinho – teria rasgado a rede e chamado o árbitro para mostrar que a bola entrou pelo lado de fora. Na dúvida, o juiz aceitou o argumento do camisa 1. "Foi um erro inaceitável. Deixamos o gramado na mesma hora", lembra o zagueiro Fedato, 81 anos, capitão coritibano na ocasião.

"Chegamos a comemorar não só o gol como a conquista. Depois o resultado foi parar na Justiça e perdemos fora de campo. O mais interessante é que os jornais no dia seguinte publicaram a foto que comprovava o gol. Uma falha do árbitro Manoel Guimarães", segue o lendário defensor.

O duelo tornou-se célebre, sobretudo por causa da imagem inquestionável publicada no diário Paraná Esportivo. Depois de protocolar um pedido para a anulação da partida, o Coritiba foi derrotado no tapetão da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) – a grande festa promovida pelos torcedores do Ferroviário teria pesado na decisão judicial, temerosa dos efeitos da possível repetição.

De fato e de direito, o taça só se tornou do Ferroviário em abril, três meses após o encontro. "Deixei de comemorar mais um título na minha carreira", lamenta Fedato. Crescia assim uma rivalidade memorável entre os dois times.

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