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Quando Schumacher estreou na F1, seu sobrenome por aqui no Brasil ainda era sinônimo de futebol: o goleiro da Alemanha nas Copas de 1982 e 1986. É claro que, em pouco tempo, Michael mostrou a que veio e, colecionando pódios e vitórias, logo chegou ao título mundial. Seu primeiro, em 1994, não por coincidência, foi no ano da morte de Ayrton Senna.

A tragédia em Ímola não permitiu que os milhões de fãs da F1 pudessem ver uma transição entre as eras Senna e Schumacher. Na época, também fiquei impressionado com uma estatística: o título do alemão era o primeiro de seu país desde a criação da categoria, em 1950.

Foram necessários 44 anos para que o país de grande excelência e tradição de automóveis (com marcas como Volkswagen, BMW, Porsche, Mercedes-Benz, Audi, etc.) visse um piloto alemão ganhar um título mundial.

Já o Brasil, sem este poderio de montadoras, em compensação, se orgulhava de seus oito títulos: dois com Emerson Fittipaldi (1972 e 1974), três com Nelson Piquet (1981, 1983 e 1987) e os três de Ayrton Senna (1988, 1990 e 1991).

Claro que, em 1994, com a morte do grande ídolo, o país sabia que enfrentaria uma entressafra, mas jamais imaginaria que, 20 anos depois, ainda continuaria com os mesmos oito títulos.

Ontem, no GP do Japão, Sebastian Vettel se tornou o mais jovem bicampeão da história. Uma mera formalidade, claro (ele só precisava de um ponto em cinco corridas), mas não poderia ser mais emblemático para o torcedor brasileiro que esta conquista fosse justamente no palco da última conquista de Senna, há exatas duas décadas, também em Suzuka.

Assim, a Alemanha, quem diria, virou o jogo, como se diz no futebol. Foram sete títulos de Schumacher e, agora, dois do jovem piloto da Red Bull. Como ele só tem 24 anos, não é de se estranhar que uma "era Vettel" esteja apenas em seu início – como já escrevi aqui na coluna do primeiro GP do ano, na Austrália.

Para o torcedor brasileiro, não adianta nem mais lamentar esta incrível virada em menos de 20 anos. Agora é torcer para não perder de goleada nos próximos 20...

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