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Bruno Senna convive com intensas expectativas a seu respeito desde que entrou pela primeira vez num carro de corrida, e esse ônus só deve aumentar quando ele estrear na Fórmula 1, no ano que vem. Com um sobrenome desses, nada mais natural.

Mesmo que preferisse ser um anônimo, podendo se dar ao luxo de pilotar sem chamar a atenção da mídia, o brasileiro de 26 anos não se queixa de seguir os passos de seu tio mais famoso, o tricampeão Ayrton Senna.

"Sempre tive o peso da expectativa, da exigência e da pressão sobre mim", disse ele à Reuters depois de ser oficialmente apresentado como piloto da equipe espanhola Campos Meta.

"Desde a minha primeira corrida sempre tive equipes de TV, pessoas dando suas opiniões sobre a minha pilotagem, quando eu não tinha experiência nenhuma, comparando-me com o tricampeão Ayrton quando eu estava no meu primeiro ano na Fórmula 3. Sempre foi assim. Não necessariamente é justo, mas o mundo é desse jeito."

O paulistano sabe que o assédio "se tornará muito mais forte na Fórmula 1, porque estou muito mais exposto às opiniões de todos". "Tenho de acreditar em mim, tenho de estabelecer metas factíveis e razoáveis. Tive de aprender a fazer isso, e agora estou bastante confiante de que conseguirei."

Bruno tinha dez anos quando Ayrton morreu no GP de San Marino, em Ímola, em 1994 -- foi o último piloto da categoria a morrer em ação. Milhões de pessoas lamentaram a morte do ídolo, e ainda lamentam.

O jovem Senna levou então uma década para ingressas ns pistas, e só o fez na companhia da irmã Bianca e do seu agente, e com apoio da mãe, a empresária Viviane Senna.

Ele começou na Fórmula BMW britânica e, em 2005, transferiu-se para a Fórmula 3. Em 2007, passou para a GP2, onde foi vice-campeão em 2008.

Teve alguns acidentes impressionantes na sua carreira, especialmente na Fórmula 3, quando capotou em Snetterton a cerca de 240 quilômetros por hora, mas saiu ileso, para alívio da mãe.

No final de 2008, quase foi contratado pela Honda, que, no entanto, deixou a F1. Em 2009, ele participou de categorias de turismo, até finalmente assegurar uma vaga em uma das novas equipes da categoria máxima.

"Este é o começo de um sonho se tornando realidade, e acho que vai ser muito duro. Preciso de muito esforço para que dê certo, mas vale a pena", disse ele.

O brasileiro não receberá salário, mas tampouco pagará para correr. Se tudo sair conforme o planejado, trará patrocinadores para a equipe e para si.

"Se eu pudesse, adoraria vencer corridas, mas o primeiro objetivo que temos de ter é ir lá e ser a melhor das novas equipes em cada corrida. E também marcar pontos. Queremos marcar pontos, e acho que será possível."

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