Alonso, o chefe da Ferrari, Stefano Domenicalli, e Massa na apresentação do F150. Equipe promete igualdade inicial| Foto: Reuters

Dirigir uma Ferrari é o sonho de quase todos na Fórmula 1, mas aqueles que chegam lá se deparam com uma situação embaraçosa: a polêmica de ser primeiro ou segundo piloto.

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Desde que Michael Schumacher deixou a escuderia, em 2006, o discurso no início da temporada é de que nenhum piloto será privilegiado. O problema é que na prática não funciona assim – a ordem de equipe para que Felipe Massa desse a vitória a Fernando Alonso no último GP da Alemanha deixou isso bem claro.

Para 2011, o presidente ferrarista, Luca di Montezemolo, novamente prometeu condições iguais para o brasileiro e o espanhol. Mas com uma ressalva importante. De acordo com ele isso pode mudar na segunda metade da temporada. "De­­­pois teremos de nos preparar de uma maneira diferente. Na primeira parte o in­­teresse é deixar os dois nas melhores condições", afirmou o italiano, sem querer desmotivar Massa.

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Na era pós-Schumacher, que sempre ocupou, claramente, a posição de primeiro piloto – o ex-companheiro Rubens Barrichello que o diga –, Massa já dividiu o boxe com Kimi Raikkonen e Alonso.

A relação com o primeiro era de mais igualdade. No GP do Brasil de 2007, última etapa do campeonato, o brasileiro liderava. Porém, como não tinha mais chances de título, abriu mão da vitória em favor do finlandês. Apesar de desapontado, disse na época ter entendido a situação porque o campeonato estava em jogo – e foi, de fato, conquistado pelo companheiro.

Na temporada seguinte a situação se inverteu, com Raikkonen cedendo o segundo lugar para Massa no GP da China, o penúltimo do ano – mesmo assim o título ficaria com o inglês Lewis Hamilton, da McLaren.

Em 2010, porém, o GP da Ale­­manha era apenas a 11.ª etapa das 19 programadas. Ou seja, quando o engenheiro Rob Smedley transmitiu a ordem de equipe via rádio, tanto Alonso – um pouco à frente na classificação – quanto Massa ainda tinham chances de título.

Levando ao pé da letra, no entanto, o campeonato já havia passado da metade, limite apontado por Montezemolo para fazer a escolha deste ano. Mesmo após o episódio, Massa acredita que terá um equipamento tão competitivo quanto o de Alonso, e a Ferrari não o impedirá de lutar por vitórias. "Confio 100% na equipe. Sei que eles podem me dar um carro perfeito, para ganhar quantas corridas forem possíveis", diz, confiante no casamento com os pneus Pirelli – no ano passado sofreu sem conseguir se adaptar aos compostos da Bridgestone.

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O marco para saber se o brasileiro lutará pelo título ou assumirá mais uma vez apenas a função de escudeiro de Alonso será justamente o GP da Alemanha, no dia 24 de julho, desta vez a 10.ª das 19 etapas do campeonato.