Bruno Senna no cockpit de sua Hispania: carro não ajudou no primeiro ano do sobrinho de Ayrton na Fórmula 1| Foto: Don Emmert / AFP

Apenas Coadjuvantes

Pilotos locais estão fora da disputa

Diferentemente de 2008 e 2009, quando Massa e Barrichello, respectivamente, chegaram ao GP do Brasil com chances de conquistar o título, neste ano os brasileiros correm sem grandes expectativas diante da disputa entre Alonso, Webber, Hamilton, Vettel e Button.

Melhor colocado entre os pilotos nacionais, Massa está em sexto no geral, com 143 pontos. Em 2010 ele dividiu as atenções da Ferrari com Fernando Alonso e no GP da Alemanha, em julho, cedeu ao jogo de equipe, facilitando a ultrapassagem para que o espanhol ficasse com a primeira posição. Com o renascimento do companheiro na disputa pelo título, nas últimas provas assumiu de vez a função de escudeiro.

Rubens Barrichello, que passou por situação igual à de Massa em 2002, também pela Ferrari, quando o companheiro era Michael Schumacher, chega a Interlagos com 47 pontos, na 10ª posição, pela Williams. Um ano depois do vice-campeonato pela Brawn GP, Rubinho fez história ao completar 18 anos de F-1 e alcançar, na Bélgica, a marca de 300 provas: trata-se do piloto que mais correu na categoria máxima do automobilismo.

Na 22ª colocação e, assim como Bruno, estreante no circo da F-1, Lucas di Grassi, piloto da Virgin Racing Team (VRT), possui o carro menos pior entre as equipes novatas. Sem pontos marcados até agora, ele espera fechar a temporada pelo menos com resultados melhores do que a Lotus.

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É possível sentir na voz de Bruno Senna a felicidade por correr pela primeira vez no GP do Brasil de Fórmula 1. Em Interlagos, o país poderá acompanhar o retorno do famoso sobrenome à pista em que Ayrton venceu duas vezes, em 1991 e 1993. "Estou super empolgado, nunca corri no Brasil e não vejo a hora. Quero fazer uma prova competitiva e tirar um pouquinho mais do carro com a energia da torcida. Todos sabem que a situação não é a ideal, mas um carro bom em retas vai ajudar muito. O importante é terminar a prova", avalia o piloto de 27 anos.

Estreante na F-1 em 2010, Bruno carrega junto com o sobrenome a forte lembrança do talento que seu tio exibiu por dez anos nas pistas da categoria. No entanto, pelo fato de fazer parte de uma equipe com sérios problemas financeiros, a Hispania Racing Team (HRT), não foi possível ver nele o mesmo brilhantismo nas pistas. "Meu foco durante o campeonato foi ficar sempre a frente dos meus companheiros de escuderia. Nesse sentido foi um ano bem-sucedido", analisa, após dividir o boxe com o indiano Karun Chandok, o austríaco Christian Klien e o japonês Sakon Yamamoto.

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Sem pontos marcados até agora, Bruno diz que a temporada foi difícil para a Hispania, que começou o período de testes atrasada em relação às demais. "Tivemos que aprender a tirar o máximo do carro durante a competição, o que é muito complicado, mas fizemos o que foi possível e nos desenvolvemos para chegar perto da Virgin e da Lotus, que também entraram este ano." O 14.º lu­­gar no GP da Coreia do Sul foi a melhor colocação dele.

Além de pilotar um carro de baixo rendimento, Bruno viveu um mau momento no GP da Inglaterra, em Silverstone, quando o atual colega de equipe Yamamoto desembolsou US$ 5 milhões para disputar a prova em seu lugar. "Não tenho como afirmar que isso não vai acontecer novamente. Mas, que eu saiba, nas duas próximas corridas estou garantido no carro."

A dois GPs do fim da temporada, 2011 já faz parte dos planos do piloto, que negocia com Williams, Renault, Lotus, Virgin e também com a Hispania. "Tenho conversado com algumas equipes, mas não é tão simples concorrer com outros pilotos", conta o brasileiro. Ele não tem um patrocinador forte como o venezuelano Pastor Maldonado, por exemplo, que deve estrear na próxima temporada bancado por milhões de dólares da empresa estatal PDVSA (Petróleos de Venezuela S. A.).

Prestes a fechar seu primeiro ano de experiência na competição, Bruno avalia a categoria: "Na F-1 todos os pilotos são extremamente competitivos. Em provas como as que corri na GP2, por exemplo, com um carro bom até era possível ganhar uma corrida, mas na F-1, não: a qualidade é muito alta e é preciso excelência."