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A Federação Francesa de Futebol (FFF) iniciou as investigações das denúncias que dão conta que o técnico da seleção do França, Laurent Blanc, e outros treinadores da entidade teriam concordado, de forma secreta, com a iniciativa de restringir a presença de jogadores negros e de origem árabe dos processos de formação de atletas do país.

Uma reportagem bombástica publicada pelo site Mediapart revelou, na semana passada, que a entidade teria orientado clubes e escolinhas do país a limitarem em cotas de 30% o número de jogadores descendentes de africanos e norte-africanos, ou não brancos, que possuam de 12 a 13 anos de idade. Com isso, a FFF teria o objetivo de formar uma próxima geração de jogadores franceses "branca" e "europeia".

O escândalo provocou a suspensão do diretor técnico da FFF, Francois Blaquart, de forma preventiva, até a conclusão da investigação sobre o caso, que incluiu a transcrição de uma conversa, ocorrida em novembro, entre Blanc, Blaquart e os técnicos das respectivas seleções sub-21 e sub-20 da França, Erick Mombaerts e Francis Smerecki.

Segundo a transcrição da conversa, um indignado Smerecki é ouvido dizendo ser contra a suposta proposta das cotas racistas chamando a atitude de uma ideia "discriminatória" que sequer deveria ser cogitada. O treinador, porém, não comentou a reportagem do site Mediapart.

A ideia da conversa em questão era encontrar uma maneira de limitar a quantidade de jogadores com dupla nacionalidade que são preparados em escolinhas francesas e logo decidem jogar por seus países de origem quando se tornam adultos.

O Ministro do Esporte da França, Chantal Jouanno, solicitou a investigação com caráter de urgência apenas algumas horas depois da publicação da história bombástica revelada pelo Mediapart na última quinta-feira. Jouanno quer que a investigação seja finalizada até o final desta semana.

O presidente da FFF, Fernand Duchaussoy, e o técnico da seleção francesa, Laurent Blanc, negaram na última sexta-feira as acusações de racismo contra a entidade. O treinador da França chegou a chamar a reportagem, que o acusou de ser favorável à decisão de usar cotas para selecionar jogadores de base da seleção, de uma "mentira".

Em comunicado publicado no último sábado, a FFF "reiterou que nenhum de seus dirigentes eleitos validariam ou sequer imaginariam uma política de cotas" para formação de jogadores para a seleção francesa.

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