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A temperatura mais alta do dia, ontem, na descampada região do Circuito Internacional de Xangai, não passou de 4ºC, mas a sensação térmica, gerada pela chuva e o vento, foi de apenas 1ºC. Foi nesse ce­­nário que pilotos e demais integrantes da Fórmula 1 desembarcaram na China, assustados também com o terremoto no país. Se o frio intenso persistir no fim de semana da quarta etapa do campeonato, será como correr sobre o gelo, por causa da dificuldade de os pneus se aquecerem.

"Vamos sair dos boxes com os pneus pré-aquecidos, a cerca de 80 graus, e, como nessa pista há uma longa reta, a temperatura cairá fácil para 50 graus", explicou o piloto brasileiro Rubens Bar­­ri­­chello, da equipe Williams, admitindo que o frio terá influência nos resultados na pista. "Deve dar uma boa mexida no grid. Mas na frente não acredito em mudança. A Red Bull é quem melhor aquece os pneus. Se eles já tinham uma vantagem, a tendência é de se darem melhor com esse frio."

Os pneus oferecem sua melhor aderência quando a banda de rodagem atinge 100ºC. E como nunca se disputou o GP da China sob tanto frio, a Bridgestone concebeu seus pneus para os cerca de 22ºC médios das edições anteriores da prova. Assim, dificilmente os pneus atingirão a temperatura em que poderão responder com o seu máximo, mesmo os do tipo macio – os duros são ainda mais difíceis de aquecer. "Muita gente terá problema sério de aderência", revelou Rubinho, contente por seu carro ter menos dificuldades nesse aspecto.

"Quando venci aqui (em 2004), nós usávamos camiseta no autódromo", lembrou Rubinho. No ano passado, o GP da China foi realizado no dia 19 de abril. Portanto, na mesma época do ano. E mesmo com chuva, a temperatura em 2009 ficou na casa dos 20ºC.

Na pré-temporada da Fórmula 1, nas cidades espanholas de Va­­lência, Jerez de la Frontera e Bar­­ce­­lona, não se treinou em nenhum instante sob o frio que faz agora em Xangai. Por isso pilotos e equipes viverão uma situação nova neste fim de semana, o que representa mais um desafio no GP da China. "A previsão à disposição da Wil­­liams indica, ainda, possibilidade de chuva no domingo, mas sexta-feira e sábado a pista deverá estar seca", disse Rubinho.

E essa variável nova no GP da China, com o frio intenso, pode gerar surpresas na classificação do campeonato. Depois de três etapas disputadas, o brasileiro Felipe Mas­­sa lidera a temporada, com 39 pontos, seguido de perto pelo seu companheiro na Ferrari, o espanhol Fernando Alonso, e pelo alemão Se­­bastian Vettel, da Red Bull, ambos com 37. Na sequência, aparecem o inglês Jenson Button (McLaren) e o alemão Nico Rosberg (Mercedes), com 35.

Ao vivo

GP da China: treino livre, às 23 h e às 3h (de amanhã), no SporTV2

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