• Carregando...
Confira a ficha técnica da partida |
Confira a ficha técnica da partida| Foto:

Retranca e má pontaria detêm o Rubro-Negro

Carlos Eduardo Vicelli

O enredo é quase sempre igual. O Atlético encontra sérias dificuldades quando enfrenta na Arena um time bem armado, que vem com o propósito primeiro de marcar para depois, se der, atacar. Havia sido assim contra o Nacional de Rolândia (2 a 2). O mesmo aconteceu no confronto com o J. Malucelli (1 a 2). Ontem não foi diferente. O Furacão, desta vez, esbarrou no organizado sistema de marcação do Vitória. Resultado: derrota por 2 a 0 na largada do Campeonato Brasileiro.

Quando Paulo César Carpegiani, técnico da equipe baiana, anunciou ainda na sexta-feira que iria preservar o veterano Ramon, pensando no jogo com o Vasco, pela Copa do Brasil, na próxima quarta-feira, já se sabia da opção defensiva do Leão. Não era novidade. Mas o Rubro-Negro se surpreendeu. Inoperante, passou o primeiro tempo trocando passes sem ser contundente.

Não acordou nem quando o zagueiro Wallace, aproveitando-se de mais uma falha de Galatto na saída do gol, fez o Vitória pular na frente. Sobraram vaias. Faltou inspiração para procurar brechas nos lados do campo. "Não conseguimos jogar", resumiu o zagueiro Gustavo, no intervalo.

Geninho não tinha outra opção senão mexer no time. Entraram Wesley, Júlio César e Julio dos Santos no segundo tempo. O Furacão melhorou. Chegou a assustar o goleiro Viáfara. Mas aí aflorou outra deficiência: a falta de pontaria dos atleticanos. Wallyson cansou de colocar a mão na cabeça após cada chute sem direção. Gestual típico. "Não podemos errar tanto", afirmou o meia Marcinho.

Surpreendido em novo contra-ataque, o Rubro-Negro ainda viu Leandro Domingues selar, com categoria, o triunfo nordestino. "Precisamos trabalhar", avisou, resignado, o lateral-direito Raul.

  • O atacante Rafael Moura tenta o lance em cima do goleiro Viáfara, do Vitória, no revés por 2 a 0 em plena Baixada

Antes da estreia no Brasileiro, o discurso atleticano era empolgado: não perder pontos na Arena para evitar o sufoco do ano passado e ainda almejar algo a mais no campeonato. Na prática, porém, o Rubro-Negro percebeu o quanto isso será difícil. Logo de cara, três foram para o espaço na derrota de ontem por 2 a 0 para o Vitória, um "adversário do mesmo nível", de acordo com o técnico Geninho.

É exatamente o nível da competição, muito diferente do Paranaense ganho pelo Furacão na semana anterior, que torna a missão complicada. Em cinco jogos contra times da Série A neste ano – além do Vitória, dois Atletibas pelo Estadual e dois contra o Corinthians pela Copa do Brasil –, o time perdeu três, empatou um e ganhou apenas um.

O treinador mesmo admitiu que a equipe sentiu a transição. "Acontece que alguns jogadores não estão acostumados com o grau de dificuldade do Brasileiro, e de cobrança também", justificou, descartando um possível "salto alto" como motivo do primeiro tempo apático. "Principalmente os mais jovens. Nos juniores não era assim. Ele estão passando por outro momento na carreira", acrescentou.

Entre os 14 jogadores utilizados ontem, porém, apenas o lateral-direito Raul, o volante Jairo e o atacante Wallyson não têm experiência na elite nacional. O único que acabou de subir dos juniores foi o primeiro, que até teve uma atuação razoável, enquanto os outros dois já rodaram por times da Série B.

Além disso, eles haviam participado bem da única vitória no ano contra times maiores, o 3 a 2 sobre o Corinthians, no jogo de ida pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Mas Geninho diz acreditar que aquela partida não pode servir sempre como parâmetro. "Aqui na Arena só espero os grandes jogando aberto. Quando enfrentarmos equipes do mesmo nível, vai ser como hoje (ontem). Todos saem de casa para buscar um empate e, se der, a vitória."

Apesar de o Atlético ter parado na retranca e oferecido o contra-ataque ao adversário durante quase toda a partida – viveu os melhores momentos nos 20 minutos iniciais do segundo tempo –, o técnico e os jogadores não acham que o time tenha deixado tanto a desejar. "Tivemos mais posse de bola e criamos algumas chances, enquanto eles acharam dois gols", lamentou o meia Marcinho. "Discordo de quem diz que jogamos mal no segundo tempo. Não foi uma apresentação primorosa, mas o Brasileiro traz essas dificuldades mesmo", constatou Geninho, vendo virtudes após a queda temporária do discurso de não perder pontos em casa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]