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Homenagem: corpo de Dionísio Filho é colocado no carro de bombeiros para ser levado ao velório | Eduardo Luiz Klisiewicz/Gazeta do Povo
Homenagem: corpo de Dionísio Filho é colocado no carro de bombeiros para ser levado ao velório| Foto: Eduardo Luiz Klisiewicz/Gazeta do Povo

Perfil

Paranaense por adoção, Dionga fez história no campo, rádio e na tevê

Natural de Ribeirão Preto (SP), iniciou a carreira em 1970, no Botafogo-SP, e ficou conhecido quando atuou pelo Atlético-MG em 1976 e 1977. Mas foi no Paraná que Dionísio Filho jogou durante metade dos 18 anos de carreira.

O lateral-esquerdo desembarcou no Atlético em 1978. Deixou o Furacão para atuar no rival Coritiba. Passou ainda pelo Pinheiros e voltou para a Baixada para uma breve temporada em 1982, quando encerrou o primeiro período paranaense.

Foi contratado outra vez pelo Pinheiros, onde conquistou os estaduais de 1984 e 1987. Em 1989 vestiu novamente a camisa do Coxa e, no ano seguinte, abandonou os gramados como atleta do Cascavel.

Dionga migrou do campo para a área técnica. Foi trabalhar com as categorias de base do Paraná. Desiludido com a falta de oportunidades em times profissionais, decidiu ser comentarista de rádio.

Começou na Rádio Eldorado em 1992. Trabalhou ainda nas rádios Clube e Atalaia e ganhou destaque na Rádio Banda B, onde foi além do futebol com o programa "Sangue Bom", no qual misturava música ao esporte.

Era fã incondicional das "palhetadas maravilhosas", como dizia, do cantor e guitarrista Jorge Ben Jor.

  • Dionga, ainda jogador, defendendo o Cascavel,...
  • E depois atuando como comentarista de rádio

Tristeza e surpresa marcaram a despedida do ex-jogador e comentarista de rádio e tevê Dionísio Filho, que será enterrado às 9 horas desta terça-feira no Cemitério Vertical, em Curitiba. Internado desde a última terça-feira (10), morreu aos 58 anos em decorrência de infecção nas vias biliares. O avanço rápido e fulminante do problema aumentou a consternação de familiares, amigos e fãs do ex-lateral-esquerdo, que passou por Coritiba, Atlético e Pinheiros – um dos clubes originários do Paraná.

Bandeiras dos três times da capital foram colocadas perto do caixão, levado em carro de bombeiros até o velório para a última homenagem ao Sangue Bom, apelido que virou bordão e definia a personalidade descontraída e transparente do ex-atleta.

Dionga fora internado por alguns dias em janeiro quando descobriu o problema de saúde, mas a família pediu sigilo aos conhecidos a pedido do próprio Dionísio. Após receber alta no fim de janeiro, retornou ao hospital Vitória, na Cidade Industrial, onde faleceu na madrugada de segunda-feira.

Companheiro no Pinheiros e depois técnico dele no Cascavel, Sérgio Ramirez esteve com Dionísio no fim de semana confirmando a gravidade do quadro, que veio à tona na semana passada. "Apesar de tê-lo visto numa situação que nunca imaginaria ver, ele ainda era forte. Nunca pensei que ele seria atingido por essa doença. Era saúde pura, sinônimo de fortaleza", lamentou.

"Eu o trouxe para o Atlético em 78. Veio pra Curitiba e nunca mais saiu. Fez a vida aqui e se orgulhava disso. Essa doença cruel veio há um mês e levou aquele baita negão. Para a gente é um choque. Estávamos preparados quando soubemos da gravidade, mas é muito triste. Estive com ele ontem [domingo], conversamos muito", contou Barcímio Sicupira, comentarista esportivo da Rádio Banda B ao lado de Dionísio. "Falei para ele que tinha Atletiba domingo e eu não ia no campo do Coritiba. Ele riu e disse que ia lá pra me dar uma força", completou.

Natural de Ribeirão Preto, começou a carreira no Botafogo-SP. No Paraná, além de defender o Furacão, foi tetracampeão paranaense com dois títulos pelo Coritiba (1979 e 89) e Pinheiros (84 e 87). Se arriscou como treinador nas categorias de base do Paraná. Mas acabou migrando para o jornalismo esportivo. Foi colunista da Gazeta do Povo e comentarista da RPC TV, Premiere e Band.

"Após os jogos, quando as equipes estavam recolhendo seus equipamentos, ainda estávamos no ar no silêncio dos estádios, todo mundo ouvia o Dionga falar. Não pelo rádio, mas sim pela voz alta e empolgante", relembrou Michel Micheleto, coordenador da Banda B. Voz que empolgava também ao violão, com os amigos. "Não conheço ninguém que não gostasse dele. Dificilmente existia. Se alguém não gostava, esse alguém estava errado", disse, emocionado, o filho Márcio Eduardo.

"Não tinha tempo ruim. Era uma explosão de emoções. Em casa, era o mesmo cara alegre que todos conheciam", acrescentou. Dionísio deixa também a esposa Sueli e os filhos Cristiano e Bibiana.

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