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Fred lamenta um dos gols da Alemanha no Mineirão. Atacante simbolizou o fracasso da seleção brasileira na Copa | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Fred lamenta um dos gols da Alemanha no Mineirão. Atacante simbolizou o fracasso da seleção brasileira na Copa| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

7 a 1. O placar da derrota do Brasil diante da Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo, ainda soa espantoso. E humilhante. O Mundial foi o fato esportivo do ano. Após pouco mais de seis décadas, o torneio máximo do futebol voltou a ser disputado no país. As lembranças da primeira vez, em 1950, remetiam à decepção causada pelo Maracanazo. A herança de 2014 é ainda pior. Testemunhamos o maior vexame da história da seleção. Nunca um campeão mundial foi massacrado de tal forma, ainda mais em casa.

"Começou a dar um branco total. Houve descontrole e ficamos em pânico", disse Luiz Felipe Scolari após o impiedoso revés no Mineirão, em 8 de julho, em Belo Horizonte. Foram quatro gols sofridos em apenas sete minutos. Com 29 do primeiro tempo, o placar já apontava 5 a 0.

O líder do penta, em 2002, desta vez deixou o time nacional pela porta dos fundos. "Vou ser lembrado sempre por isso", reconheceu o treinador gaúcho, que após a Copa foi substituído pelo conterrâneo Dunga no comando da equipe verde-amarela.

Neymar, o grande nome brasileiro, ficou de fora daquela partida. O camisa 10 causou comoção no país ao ser cortado do Mundial depois de receber uma joelhada nas costas do colombiano Zuñiga, nas quartas de final. Acabou poupado da vergonha.

Os alemães, respeitosos, ficaram até constrangidos em celebrar muito o triunfo histórico. Três meses depois da goleada, o capitão Philipp Lahm revelou que, no intervalo, os atletas fizeram um pacto para ‘tirar o pé’ e não ridicularizar os donos da casa.

Comemoração, no entanto, não faltou após a conquista do tetra pelos europeus. Tidos como sisudos, eles esbanjaram simpatia com o público desde o momento do desembarque no Brasil. Dentro de campo, não houve uma grande estrela: prevaleceu a eficiência do jogo coletivo da equipe armada por Joachim Löw. Na final contra a Argentina, coube ao reserva Mario Götze – na prorrogação - fazer o gol do título.

Lionel Messi levou a Bola de Ouro como melhor jogador da Copa, mas o prêmio teve gosto amargo. O craque argentino, que não tem nenhuma conquista com a seleção principal, tinha a missão de conduzir a Albiceleste ao título mundial, encerrando um jejum de 28 anos dos hermanos. Ficou no quase.

Quem acompanhou os jogos do Mundial, não se decepcionou. Pelo contrário. O nível das partidas foi bom. A primeira fase ficou marcada por um festival de bolas na rede, o que colaborou para que a Copa de 2014 se igualasse a de 1998, na França, como a edição com maior número de gols na história: 171. Nas partidas mata-mata, muita emoção, com diversos duelos definidos nos minutos finais, prorrogação ou nos pênaltis.

O clima fora de campo, porém, foi o que chamou mais atenção. As cidades-sede foram invadidas pelos turistas, principalmente os latinos que tornaram o espanhol praticamente uma língua oficial por onde passaram.

Os estádios – a maioria entregues com atraso – acabaram comportando bem os torcedores. A taxa de ocupação ficou perto dos 100% e a média de público foi a segunda maior da história, com 53,6 mil.

Não houve caos na mobilidade urbana e os protestos, grande marca da Copa das Confederações de 2013, perderam força. Poucos saíram às ruas e o lema "Não vai ter Copa" foi deixado para trás. A alcunha "Copa das Copas", tão disseminada, caiu como uma luva para o evento no Brasil.

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