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Diosenei Born não é mais a voz da Arena da Baixada após 12 anos | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Diosenei Born não é mais a voz da Arena da Baixada após 12 anos| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

De cara – e também voz – novas, a Arena da Baixada reabre as portas para a torcida nesta quarta-feira (3),às 19h30, contra o América-RN, pela Copa do Brasil. Depois de 12 anos e 421 jogos consecutivos, o locutor oficial do estádio, que agitou a torcida na década mais vitoriosa do clube, sai de cena sem fazer barulho.

"Na verdade, encerrou o meu ciclo. É um momento novo, de uma Arena nova, não teria porque continuar, mas continuo atleticano como sempre", conta Diosenei Born, 41 anos, que acabou virando a ‘voz da Arena’ por acaso.

Sua empresa foi responsável pela instalação do sistema de som na inauguração do estádio, em 1999. Sem experiência na função, Born se autopromoveu ao cargo depois que o trabalho da locutora contratada para os dois primeiros jogos (Cerro Porteño e Flamengo) não ‘encaixou’. Além da função na cabine de som, ele também dava apoio técnico nas coletivas de imprensa.

Uma rotina vivida por mais de uma década, com média de 32 partidas por ano, e raros fins de semana livres. "Desde aquela época, não faltei nenhuma vez. Chegava duas horas antes do jogo e saia duas horas depois", recorda Born, que hoje atua como piloto de avião executivo e é dono de uma franquia de salão de beleza. Outra atribuição do dono da voz da Arena era escolher as músicas que embalavam o ritmo do estádio.

"Normalmente, iniciava as músicas a meia hora da partida. Quando dava 15 minutos e as cadeiras estavam quase cheias, começava com The Wall, do Pink Floyd, que a torcida adora. Mas também tocava bastante ACDC, Rolling Stones e hip-hop. Até um Jack Johnson quando o povo precisava ficar mais light" relembra.

Quando sentia a necessidade de agitar a torcida, Born chegava a descer ao gramado para tentar inflamar o público. "Vamos lá torcida atleticana", era uma de seus gritos preferidos. Porém, separar a emoção da razão nem sempre era possível. Foi assim na vitória por 3 a 2 sobre o Santos, nas quartas de final da Libertadores de 2005. O jogo mais emocionante que vivenciou.

"Foi um sofrimento medonho, mas uma virada histórica", fala o ex-locutor, que conta ter recebido elogios até do narrador Galvão Bueno.

Tive a sorte de fazer o som para a seleção brasileira, tenho fotos com Pelé, Luciano do Valle, Osmar Santos... Ganhei uma camisa do Cafu, autógrafo do Zico", orgulha-se Diosenei, que, curiosamente, tem sua família ligada aos principais estádios do estado: seu pai é eletricista do Estádio Couto Pereira.

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