Jogadores do Atlético e o técnico Paulo Autuori: desgaste pesa na escalação da equipe.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A condição física do elenco do Atlético tem sido tão importante para o técnico Paulo Autuori escalar a equipe quanto a capacidade técnica dos comandados. Em meio à maratona de dois jogos por semana pelo Brasileiro, que começou na sétima rodada (11/6), contra o São Paulo, e só termina após a 13.ª rodada, dia 2/7, diante do América-MG, o treinador tem montado o time sempre com o aval dos departamentos médico e de fisiologia do clube. Com isso, 21 jogadores já foram utilizados em nove rodadas, com uma formação diferente a cada duelo. Rotina de rodízio do elenco que será mantida para o confronto com a Chapecoense, nesta quarta-feira (22), às 19h30, em Chapecó.

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A decisão de poupar um jogador é tomada com base nos resultado dos testes para medir o nível de desgaste dos atletas, o chamado ‘exame de CK’. “Não se trabalha mais com futebol sem isso, e aqui não é diferente. Não é só para a análise de quem está em melhores condições para os jogos, mas tem a ver com dia a dia, com o controle dos treinos. Até por isso, não temos tido problemas de lesões”, explicou o técnico Paulo Autuori.

FICHA TÉCNICA: Veja as prováveis escalações de Atlético e Chapecoense

Formado em Bioquímica pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Doutor em fisiologia do esporte pela Universidade de Pittsburgh, nos EUA, o professor associado da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sergio Gregorio da Silva, explica que o exame de níveis da enzima creatina quinase, ou CK, é a forma mais objetiva para avaliar o desgaste físico. “Uma das grandes preocupações é medir a linha tênue entre o subtreinamento e o supertreinamento. O esporte tem muitas dificuldades em encontrar meios práticos e simples para fazer essa avaliação, então o exame faz isso”, conta o especialista. O teste em atletas de alto rendimento é feito diariamente.

TABELA: Confira a classificação do Brasileiro

“Quando você passa por uma situação de estresse muscular, a CK é produzida, pois tem a ver com a produção de energia no músculo. Quando temos dano no músculo, essa CK cai na corrente sanguínea e vemos a concentração se elevar enormemente. Aí que se detecta o problema”, destacou Silva.

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Esse método, porém, é invasiso, com um instrumento de perfuração usado para penetrar o organismo e retirar o sangue. Existem outras formas frequentes de se avaliar o nível de desgaste dos jogadores de forma menos traumática: os protocolos de percepção de dor muscular tardia, que usam tabelas para medir o impacto da atividade na musculatura, e o monitoramento da variação de frequência cardíaca. “O melhor dos mundos seria obter as informações que saem do exame de CK e combiná-las com as da variabilidade cardíaca e da resposta da tabela de dor”, concluiu Silva.