A reforma da Arena da Baixada para a Copa apresenta sua primeira grande conta ao Atlético em dezembro deste ano| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

R$ 14,5 milhões

É o valor que a Prefeitura de Curitiba desembolsou para desapropriar 16 terrenos no entorno da Arena - as áreas foram integradas ao espaço do estádio para a Copa do Mundo. O Atlético tem até o dia 31 dezembro para indicar terrenos para quitar a dívida com o poder municipal, tantos quanto forem necessários para alcançar o montante devido pelo clube. A intenção da prefeitura é construir postos de saúde ou outros equipamentos de interesse da população nos imóveis.

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Justiça

Antigos moradores esperam reavaliação das indenizações

Ações movidas pelos proprietários de imóveis desapropriados para a conclusão da Arena seguem tramitando na Justiça. O advogado Júlio Brotto representa um grupo em dois processos: um contesta a legalidade do decreto municipal que autorizou a retirada e outro pede revisão dos valores das indenizações.

Em avaliação provisória de três imóveis, a perícia judicial apontou um valor R$ 1.187.500 superior ao indicado pelo município. Caso o valor aumente, o Atlético paga a diferença.

"Foi um processo altamente complexo e traumatizante. Marcas ficaram, mas estamos seguindo em frente", diz Fernando Leludak, que trocou o entorno da Baixada pelo Pilarzinho. No lugar da casa dele foi construída uma calçada para o acesso de torcedores na Rua Buenos Aires.

O Atlético tem menos de dois meses para honrar uma dívida de R$ 14,5 milhões com a Prefeitura de Curitiba. O valor corresponde ao gasto do município com as desapropriações de 16 imóveis para concluir a Arena da Baixada.

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A contrapartida atleticana pode ser cedida em terrenos; quantos forem necessários para alcançar o montante. O prazo é até 31 de dezembro. Até então, o clube indicou duas áreas, nos bairros Caximba e Campo de Santana.

"Nós vamos avaliar, ver a metragem, o valor do terreno e, principalmente, se é do interesse da prefeitura", afirma Reginaldo Cordeiro, Secretário de Urbanismo de Curitiba, ex-secretário municipal da Copa do Mundo.

O interesse é por lugares que possam abrigar creches, postos de saúde etc. "Não basta a indicação simplesmente, precisamos verificar se teremos um retorno efetivo para a população daquela região", complementa Cordeiro.

Para facilitar o processo, a prefeitura indicou algumas áreas que poderiam entrar na quitação da pendência relativa ao Mundial. Não são apenas terrenos, mas também imóveis já utilizados pelo município com pagamento de aluguel.

Caso o Rubro-Negro não cumpra o combinado até o período estipulado, está sujeito à multa de R$ 1,4 milhão (10% do valor total). A impontualidade ainda pode implicar em uma ação judicial da prefeitura contra o Rubro-Negro.

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Outro trato entre as duas partes vence no final deste ano. No acordo firmado para viabilizar a sede paranaense na Copa, o Furacão ficou obrigado a ceder espaço na Baixada para ser ocupado pela prefeitura.

Segundo Cordeiro, o clube e o poder municipal vão dividir na metade os cerca de 5 mil metros quadrados do prédio construído anexo ao estádio, com entrada localizada na Rua Brasílio Itiberê. A edificação ainda não foi concluída.

"Ainda não decidimos o que pode ser feito no prédio. Talvez a Secretaria de Esportes seja transferida para lá. Estamos aguardando o término para pensar na melhor proveito para a ocupação", diz Cordeiro.

A estrutura foi planejada para receber o centro de mídia durante a Copa. Entretanto, acabou subutilizada devido ao atraso na remodelação da Baixada, problema que quase custou a participação da capital no evento futebolístico.

Potencial e dívidas

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Enquanto busca alternativas para solucionar o débito de R$ 14 milhões, o presidente do Furacão, Mario Celso Petraglia, procurou o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet. Foi pedir aumento da emissão de potencial construtivo.

Fruet não assumiu nenhum compromisso. Os créditos representam a parte da prefeitura no acordo tripartite ajustado para bancar a Baixada, que contou ainda com o Governo do Paraná. O último orçamento divulgado da obra bateu em R$ 330,7 milhões.

A Copa deixou um rastro milionário de dívidas da CAP S/A, a sociedade de propósito específico criada pelo Furacão para gerir a reformulação do Joaquim Américo. Levantamento de setembro apontou R$ 11,6 milhões por parte de 83 credores, valor dividido em 353 títulos protestados nos cartórios de Curitiba.