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Juan Carrasco poupou críticas à diretoria atleticana, apesar de admitir ingerência na escalação | Antonio Costa/ Gazeta do Povo
Juan Carrasco poupou críticas à diretoria atleticana, apesar de admitir ingerência na escalação| Foto: Antonio Costa/ Gazeta do Povo

Nova cara

Weverton no gol, no lugar de Rodolfo; Renan Teixeira e Harrison, no meio. Com essas mudanças, além da troca do sistema com três atacantes e muita velocidade pelo 4-4-2 cadenciado, o técnico Ricardo Drubscky começa a dar sua cara à equipe. Mas o treinador não estará no banco amanhã, contra o Goiás. Ele foi suspenso por quatro jogos por ofensa à arbitragem quan­­do estava no Tu­­pi-MG. Depois da estreia, o Furacão pode pedir efeito suspensivo.

Camisa social rosa com os dois primeiros botões abertos, medalhinha de ouro à mos­­tra e expressão de total desnorteamento. Assim estava o ex-técnico do Atlético, Juan Ramón Carrasco, ontem à tarde, em sua última coletiva de imprensa em Curitiba. No salão de festas do prédio onde viveu por seis meses, no bairro Água Verde, ele admitiu a interferência da diretoria em seu trabalho. Porém, não disparou contra seus ex-empregadores. Preferiu culpar a cultura do futebol brasileiro por sua demissão, anunciada na última terça-feira.

Carrasco se mostrou conformado e inconformado ao mesmo tempo. O treinador lembrou que, à época de sua contratação, o presidente Mario Celso Petraglia foi pessoalmente a Montevidéu. Ambos conversaram sobre sua filosofia ofensiva e estilo de jogo que costuma implementar. Depois de contratado, no entanto, a diretoria queria uma equipe com a "garra" uruguaia em campo.

"Para mim, ter garra é jogar um bom futebol com a bola nos pés, atacar. Houve uma discrepância. Eles tiveram outra visão", reclamou Carrasco, que exibia uma folha de papel com seus números no comando do time. Foram 67,6% de aproveitamento e 76 gols marcados. "É incrível. Estou voltando ao Uruguai pela cultura [brasileira] e pela forma de jogar como visitante", comentou.

Em seis meses de trabalho, Carrasco aceitou a ingerência do departamento de futebol comandado por Sandro Orlandelli. No primeiro turno do Paranaense, até teve liberdade para deixar sua marca na equipe. Quando os resultados começaram a mudar, a interferência se acentuou. Não era recomendado Paulo Baier e Ligüera jogarem juntos, por exemplo. Mandar a campo três atacantes em jogos como visitante estava fora de cogitação. Improvisações também não eram bem vistas pela diretoria.

Sobre a não utilização de Guerrón e de Morro García, Carrasco se calou. "Assunto interno. Se não falei no momento, seria ruim falar agora sobre regras da instituição", explicou. "Mas tudo aconteceu porque aceitávamos", emendou.

Ao todo, o treinador uruguaio teve duas contratações atendidas (Ligüera e Gabriel Marques). O restante foi feito via diretoria. Ele revelou que chegou a pensar em se demitir, mas pelo bem de sua "comissão técnica e família" aceitou as regras do jogo. Também disse que, se tivesse permanecido, teria ligado para Petraglia – mesmo sem um único contato fora do CT do Caju – para pedir autorização para voltar a escalar três atacantes nos jogos longe de Curitiba. Não teve tempo. "Aprendi que aqui lateral tem de jogar na lateral", fechou Carrasco.

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