Comando. Palavra que faltava ao Atlético de Miguel Ángel Portugal, mas que sobra sob a orientação do interino Leandro Ávila, de 43 anos. Volante duas vezes tricampeão carioca por Vasco (1992/93/94) e Flamengo (1999/00/01) e campeão brasileiro com o Botafogo (1995), o gaúcho usa sua liderança inata e capacidade de falar a língua dos jogadores para tentar minimizar o mau início do Furacão no Brasileiro.
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Hoje, às 22 horas, contra o São Paulo, em Uberlândia, tenta estender sua invencibilidade para três jogos e convencer a direção que pode ser mais do que um temporário. Contratado em janeiro como auxiliar da comissão permanente, Leandro tem a simpatia do elenco. Alguém que melhorou o clima no vestiário e sabe ouvir opiniões antes de escalar o time. No começo da carreira, faz o simples para evitar errar, seguindo os ensinamentos dos mestres Felipão, Luxemburgo e Zagallo.
A primeira investida de Ávila como treinador aconteceu no CFZ-RJ, em 2007, clube que tem Zico como dono. Não engrenou e, desiludido da profissão, chegou a abrir uma franquia de fast food no Rio, antes de voltar ao banco de reservas pelo Torreense, da Terceira Divisão portuguesa, quatro anos depois. Com duas vitórias, dois empates e duas derrotas na reta final da temporada, deixou a equipe na terceira colocação, mas fora da zona de acesso.
Passou então a fazer estágios com nomes como Paulo Autuori, até ser chamado pelo Furacão por recomendação de Petkovic, com quem jogou no Flamengo. Em 2005, ele chegou a trabalhar brevemente no Atlético, auxiliando o técnico Edinho Nazareth. Dez anos após o término da carreira, abreviada por causa de seguidas lesões no joelho direito, Ávila passou a comandar um time de Série A, mesmo que temporariamente, pela primeira vez depois do pedido de demissão de Portugal.
Acaso que veio na hora certa, garante quem o conhece. "Por coincidência estava conversando com o Juan [ex-zagueiro da seleção] nesta semana e comentei que se o Petraglia efetivar o Leandro, sem dúvida vai ter um ótimo treinador. Ele sabe muito da parte tática, de como organizar um time", elogia o atacante Reinaldo, companheiro de Ávila no tri carioca do Urubu, e hoje no Luverdense-MT.
"O capitão [Leandro] sabe falar a língua do boleiro. É parceiro, mas também sabe cobrar olhando no olho. Tem uma postura e futuro muito bom", emenda Reinaldo, que resume o ex-cabeça de área como um líder nato, capaz de mudar o rumo de um time, como fez em 2001, no Flamengo. "Só fomos campeões cariocas porque ele impediu uma greve por salários atrasados. Sem essa atitude, não teríamos conquistado o título, além de que poderíamos ter nos queimado", termina.
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