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Potita, destaque do Jotinha, planeja marcar dez gols no Paranaense | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Potita, destaque do Jotinha, planeja marcar dez gols no Paranaense| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

A primeira impressão assustou Potita. Após passar um ano como prota­go­nista de uma das maiores ri­­validades do Nor­­deste, entre Campinense e Tre­­ze, da Pa­­raíba, a calmaria do J. Ma­lucelli foi um choque. "Estranhei demais no começo. A torcida do Campinense é apaixonada, imprensa sempre em cima. Aqui, sem apresentação, sem imprensa, sem nada", relembra, com carregado sotaque mineiro – "de Três Corações, a cidade do Pelé, põe aí", ressalta, orgulhoso da cidade onde, ainda na infância, Alexsander Asloquer recebeu o apelido que usa até hoje, mesmo sem saber explicar a origem.

Em pouco mais de dois meses o atacante mudou esse cenário. Destaque do time, passou a semana repetindo sua história no futebol aos repórteres e entra em campo hoje como principal aposta do J. Malucelli para vencer o Atlético, a partir das 16h30, no Ecoestádio. Ganhar põe o Jotinha na liderança provisória do primeiro turno e pressiona Coritiba e Londrina nas suas partidas de amanhã.

A fórmula vem funcionando. O camisa 11 balançou a rede em três das cinco vitórias do time no Paranaense. Com quatro gols, é o vice-artilheiro. São dois a menos do que Celsinho, o goleador do Estadual. Dois a menos do que o elenco inteiro do Atlético, oponente da rodada.

Os gols não são a única marca da boa fase do atacante. Nas duas pernas coleciona hematomas e cicatrizes dos pontapés cada vez mais firmes dos zagueiros. "Quando você se destaca, é normal a marcação ficar mais dura. O zagueiro já dá uma pegada forte no começo porque sabe que o juiz não vai dar cartão", ensina, com a experiência dos 28 anos de idade e mais de dez clubes na carreira.

O começo foi nas categorias de base do América-MG, ao lado de Wagner, hoje no Flu­­mi­­nense. Profissionalizou-se no Atlético de Três Corações. Depois, rodou por clubes co­­mo Caldense, Inter de Li­­mei­­ra, Democrata de Sete La­­goas, Nacional de Rolândia, Anapolina e Campinense.

Na Anapolina trabalhou com Rogério Corrêa, auxiliar técnico do Jotinha. No Cam­­pinense descobriu sua vocação para artilheiro. "Fiz 11 gols e fui vice-artilheiro do Campeonato Paraibano. Fora oito assistências, fora os pênaltis que eu sofri para o War­ley [ex-Atlético e Coritiba] ser o artilheiro, com 24", conta, sem modéstia alguma.

Duas passagens que puseram o Jota no seu caminho. Por ter trabalhado com ele em Goiás, Rogério Corrêa recomendou a contratação. Um DVD com lances e gols na Paraíba fez o técnico Sandro Forner dar o aval. "Ele tem muita velocidade, é forte no um contra um, faz gols e tem bom posicionamento. Aqui, aprendeu a cumprir taticamente sua função sem a bola, algo que ele não tinha", analisa o treinador.

Enquanto curte o sucesso momentâneo, Potita já projeta seu futuro. Dono dos direitos federativos e com contrato até maio, pensa em conseguir um lugar na Série A ou B do Brasileiro. O telefone, ele garante, tem tocado bastante, perturbando os momentos de lazer em que curte os parques e shoppings de Curitiba ao lado da mulher.

O momento de negociar não é agora. Quer cumprir a meta pessoal de marcar dez gols e ajudar o J. Malucelli a ficar entre os primeiros do Es­­tadual, com o bônus de assegurar vaga na Série D. "Se a gente ganhar o turno, não fica um aqui depois do Estadual", prevê.

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