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Funcionoário do Atlético tenta ajustar o gramado da Arena durante a partida com a Ponte Preta no último domingo. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Funcionoário do Atlético tenta ajustar o gramado da Arena durante a partida com a Ponte Preta no último domingo.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Não foi só o show do roqueiro inglês Rod Stewart, dia 17 de setembro, que desgastou o gramado da Arena da Baixada. O engenheiro agrônomo Ernesto Siqueira Henriques, responsável pela implantação do gramado no estádio do Atlético e que hoje presta consultoria ao clube, admite que a grama da Baixada é uma das mais difíceis de ser cuidada de todas as arenas recém erguidas para a disputa da Copa do Mundo de 2014.

“Por causa da cobertura mais fechada da Arena e agora com o teto retrátil, o gramado pega pouco sol e não é fácil mantê-lo em boas condições o ano inteiro. Por isso que ele precisa de iluminação artificial”, conta.

A apresentação de Rod Stewart forçou o Atlético a replantar parte da grama na parte do gol onde se concentra a torcida Fanáticos - além da coloração mais escura, há um desnível entre o gramado antigo e novo. Isso gera o quique da bola, o que resultou reclamação do atacante Borges, da Ponte Preta, no último domingo (27). “Com todo respeito ao Atlético e à instituição, uma Arena tão bonita não pode ter um gramado como esse”, reclamou o jogador.

Henriques defende que não há desnível no gramado. “Não existe desnível. O jogo foi logo após a troca [da grama], de uma forma excepcional”, explica Henriques.

Apesar do estrago causado pelo show, Henriques garante que o estádio atleticano poderá ter novos eventos sem que o campo seja tão prejudicado. Para isso, a ideia é instalar a maior parte do palco dos próximos eventos fora do gramado, na arquibancada, justamente no setor da Fanáticos, onde não há cadeiras.

“Esse foi o primeiro grande evento. Serviu como aprendizado e somou como experiência”, admite o engenheiro agrônomo.

Henriques ainda conta que quando o Atlético confirmou o show ainda não havia a confirmação de que o primeiro jogo contra o Brasília, pela Sul-Americana, seria em casa, logo depois do show, o que acabou prejudicando o gramado. Agora, com 17 dias sem partidas no estádio, esse tempo está sendo aproveitado para recuperar o gramado. A expectativa é de que no próximo jogo, no dia 14, contra o Cruzeiro, a situação seja melhor.

Reclamação antiga

As reclamações com o gramado da Arena da Baixada começaram logo após a inauguração do estádio. Na Copa de 2014, na partida entre Espanha e Austrália, o jornal espanhol Marca afirmou que a grama não estava nas melhores condições para o Mundial. Os atletas de Irã e Nigéria também reclamaram das condições no primeiro dos quatro jogos da Copa no estádio.

No Brasileiro deste ano, o diretor de futebol do Internacional, Carlos Pellegrini, afirmou que o gramado da Arena prejudicou o time na derrota por 3 a 0 na primeira rodada do Brasileirão.

Na vitória do Atlético sobre a Chapecoense, na 14ª rodada do Brasileirão, o meia Cléber Santana, da equipe catarinense, já havia criticado o gramado. “O estádio é bonito, mas o gramado é uma merda, muito ruim, difícil de jogar futebol”, declarou na época.

Até o próprio técnico Milton Mendes, demitido na última segunda-feira (28) após a derrota para a Macaca, admitiu que as condições não são as melhores. Antes do jogo contra o Grêmio, em que o Furacão mandou no Couto Pereira, o treinador foi indagado sobre as dificuldades para a partida. E disparou: “O gramado aqui está melhor que o nosso gramado. O nosso não está em boas condições”.

  • Funcionários do Atlético tentam ajustar o castigado gramado da Arena no jogo com a Ponte Preta.
  • Lateral Eduardo em disputa no jogo com a Ponte: tufos de grama se desprendem do gramado da Arena.
  • Funcionário do Atlético tenta ajustar o castigado gramado da Arena no jogo com a Ponte Preta
  • “Morrinhos” no gramado da Arena da Baixada.
  • Funcionário do Atlético tenta ajustar o castigado gramado da Arena no jogo com a Ponte Preta
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