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Chapa Atlético de Novo, da oposição, questiona a elegibilidade de seis conselheiros nomeados para o Deliberativo. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Chapa Atlético de Novo, da oposição, questiona a elegibilidade de seis conselheiros nomeados para o Deliberativo.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

O departamento jurídico da chapa de oposição do Atlético, Atlético de Novo, derrotada na eleição do último sábado (12), protocolou na Câmara de Ética do clube um pedido de esclarecimento sobre a nomeação de membros do Conselho Deliberativo rubro-negro, questionando sua elegibilidade. O documento, com quatro páginas e assinado por oito advogados sócios do clube, pede a exclusão de seis nomes que entraram no deliberativo atleticano na reunião da última segunda-feira (14).

De acordo com o advogado responsável pelo processo, William Romero, há comprovação de que os nomes mencionados pelo documento, Daniel Odair Gulin, Felipe Bryl, Lauri Antonio Pick, Odair Antonio Gulim, Othon Accioly Rodrigues da Costa e Rafael Pick, não teriam direito a votar no último pleito e também não poderiam assumir os cargos a que foram apontados, já que não cumprem a regra estatutária de elegibilidade.

“O senhor Lauri, por exemplo, foi retirado da lista de sócios com direito a ser votado no último pleito, do qual fiz parte da junta eleitoral, pois era representante de uma empresa e por isso não poderia integrar o Conselho. Ora, se o sujeito não poderia se habilitar na eleição passada, por não ter cadeiras [como sócio do clube] em 2011, como pode constar hoje como sendo proprietário de quatro assentos desde 2008?”, questionou, mencionando o artigo 52 do estatuto do clube, que condiciona a elegibilidade para ocupar um cargo no conselho a quatro anos de vínculo social ininterruptos com o Atlético.

Pretendemos que o estatuto do Atlético não seja rasgado após a eleição, como foi feito na última vez. É simplesmente deixar claro que o clube deve satisfação aos sócios e que não vamos aceitar que as coisas sejam feitas ao bel-prazer

William Romero, advogado integrante da chapa Atlético de Novo, derrotada na eleição do Atlético do último dia 12

De acordo com o advogado, o objetivo da oposição atleticana não é atrapalhar ou anular o processo eleitoral que ocorreu, mas mostrar que o clube será constantemente fiscalizado. “Pretendemos que o estatuto do Atlético não seja rasgado após a eleição, como foi feito na última vez. É simplesmente deixar claro que o clube deve satisfação aos sócios e que não vamos aceitar que as coisas sejam feitas ao bel-prazer”, sentenciou.

No documento, a oposição aponta para a constatação de inserção de nomes na lista eleitoral atleticana, algo feito com intuito de atribuir poderes políticos aos beneficiados, o que põe sob suspeita a veracidade dos dados fornecidos pelo clube. “Queremos saber o que efetivamente esta acontecendo. Não podemos admitir que o clube nos empurre goela abaixo o que querem, queremos uma satisfação. Pedi para abrir também uma apuração sobre a possível adulteração da lista de sócios, que será analisada”.

Romero reclamou também da burocracia enfrentada para protocolar o documento, questionou a posição de funcionários do clube, que se recusaram em receber o arquivo, mas elogiou a postura do presidente da Câmara de Ética, Mário Schirmer, que intercedeu para garantir a entrega do pedido feito pela oposição. “Impressionante como tudo é difícil no Atlético. Foram duas horas para conseguir fazer o processo. Ninguém queria receber, falei até com o jurídico do clube, mas pude contar com a boa vontade do presidente da Câmara de Ética, pela dificuldade que o clube impôs”, concluiu.

Em contato com a reportagem, Schirmer admitiu que o processo está protocolado e que dará início à fase de instrução, em que será selecionado um sócio do clube para analisar o conteúdo da documentação e averiguar as denúncias. “O relevante é que o fato será processado de acordo com os estatutos do clube, as partes serão chamadas, serão levantadas as provas para ver se procedem as acusações e quais medidas serão tomadas”, concluiu.

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