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Repetir 1985 ou 2001 é o sonho de coxas-brancas e atleticanos a partir deste sábado (14), quando a dupla Atletiba estreia em mais uma Série A nacional. A ducha de água fria, porém, virá no minuto seguinte ao apito inicial. Relegados ao quarto grupo de recebimento da televisão, e por consequência com menos exibição e possibilidades de faturar em marketing, Atlético e Coritiba terão que inventar um jeito de concorrer de igual para igual com clubes com o dobro ou até o triplo de investimento. A boa notícia: estão se tornando especialistas nisso.

“O modelo Atletico Paranaense conseguiria hoje, com menos despesas que o Corinthians, o mesmos resultados. Se não está entre os maiores, está entre os mais eficientes”, analisa o especialista em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, que também traça um perfil das expectativas do Coxa, para o qual prestou serviços no começo da gestão de Rogério Bacellar. “Conseguir uma Libertadores é um feito. O sonho do Coritiba é ganhar o Estadual e uma Copa do Brasil.”

A limitação de ambos não é falta de alma, raça ou identidade; é de grana mesmo.

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Fenômenos como o Leicester, campeão inglês com o 14º faturamento em cotas de TV – sem contar outras receitas – são raros, mesmo no Brasil, onde a cultura dos Estaduais criou a sensação de que qualquer clube pode ser campeão nacional – e, na história, são dezessete, o que reforça essa ideia. Nos últimos anos, porém, o título encareceu demais.

Em 2012, cada um dos 77 pontos que deram a taça ao Fluminense custou cerca de R$ 990 mil; no ano passado, cada ponto dos 81 obtidos pelo campeão Corinthians custou mais de 3 milhões de reais. Uma inflação que coloca a dupla Atletiba na condição de “milagreiros” pela taça.

Se olhar para cima na tabela, o índice de gasto por aproveitamento em pontos atleticano é superior ao dos últimos três campeões (Cruzeiro duas vezes e Corinthians), todos por acima de 2 milhões por ponto. “É de imaginar o que o Atlético faria se as cotas fossem melhor distribuídas”, diz Somoggi.

Já o Coritiba andou passando sufoco, mas resiste heroicamente na elite mesmo concorrendo com até um quarto do orçamento de alguns clubes. Com uma política de austeridade financeira desde o ano passado, o Coxa reduziu seu investimento em futebol, mas obteve resultados melhores que Palmeiras, Botafogo e Vasco, rebaixados com orçamentos muito maiores. Enquanto o Palmeiras caiu em 2012 investindo R$ 4,1 milhões em cada ponto, o Coxa se manteve na elite com um investimento médio menor que 1,5 milhão nos últimos anos.

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No ano passado, diretrizes diferentes. O Atlético incrementou o orçamento no futebol; o Coritiba reduziu. “Conseguimos resolver a infraestrutura e a expectativa é investir mais ainda este ano, mas sem fazer loucuras. É manter a tradição do clube, que é valorizar a formação, com 70% do elenco formado na base. Nós vamos arrecadar mais com shows, outros patrocínios. Com arrecadação melhor, a gente investe mais. Não há um número fechado”, declarou o presidente do Atlético, Luiz Sallim Emed.

No Alto da Glória, a ordem é fechar as torneiras e fazer o melhor com o que se tem em caixa, sem loucuras. “A politica é correta por que tem que moralizar as finanças do clube, tem que ser feita”, contou o gerente de futebol Valdir Barbosa, “Mas isso afeta o futeobl, não tem jeito. O que vale é a criatividade. O nosso projeto pra esse ano é ficar entre os 10 primeiros colocados e não passar o susto dos ultimos anos.”

No entanto, reforços chegarão. “[A derrota na final com o Atlético] Nos fez rever a reposição. Aconteceu o que a gente previa para o Brasileiro já no Paranaense. Perdemos Ceará, Juan, Evandro, Dudu exatamente pra final. O Brasileiro é longo, precisamos de reposição, dentro do padrão do clube, com pesquisa e dentro do que o treinador precisa.”

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