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Porta-voz dos clubes, Vilson Ribeiro de Andrade endureceu o discurso após críticas de Paulo André, um dos líderes do Bom Senso FC | Antonio More e Albari Rosa / Gazeta do Povo
Porta-voz dos clubes, Vilson Ribeiro de Andrade endureceu o discurso após críticas de Paulo André, um dos líderes do Bom Senso FC| Foto: Antonio More e Albari Rosa / Gazeta do Povo

O clima entre os clubes e o Bom Senso FC esquentou de vez. O presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, que é o porta-voz das equipes das Séries A e B do Brasileiro, afirmou na noite desta terça-feira (29), em entrevista à Rádio 98 FM, que irá processar o zagueiro Paulo André, um dos líderes do movimento, atualmente no Shangai Greenland da China. Domingo, o jogador publicou no blog do jornalista Juca Kfouri, no portal UOL, uma carta cobrando os clubes e criticando o dirigente alviverde.

No texto, o defensor chama Andrade de "espertalhão" e "cara de pau" ao citar as divergências entre as duas categorias no projeto que prevê o saneamento financeiro dos clubes, a Lei de Responsabilidade Fiscal no Esporte (LRFE). Segundo o atleta, o texto da lei não fará nenhum clube devedor ser realmente punido.

"O Paulo André que vá para a China. A carta é decisão pessoal dele e o que disse para mim irá responder judicialmente", afirmou o presidente coxa-branca na entrevista à rádio.

O cartola reforçou que Paulo André falou "um monte de besteira" na carta e o orientou a procurar o deputado Otávio Leite [PSDB-RJ], autor da lei, para analisar melhor a proposta dos clubes. "Ele [Paulo André] não sabe de nada", criticou Vilson.

Os principais pontos de atrito entre atletas e cartolas são referentes à apresentação da Certidão Negativa de Débitos (CND) e às dívidas trabalhistas dos clubes. No primeiro caso, o Bom Senso FC questiona o fato de o projeto de lei exigir somente a CND como garantia de que as equipes estão em dia com suas obrigações com a União. Além da CND, o Bom Senso FC quer como garantias o controle dos déficits, respeito aos contratos de trabalho, limitação dos gastos e padronização de demonstrações financeiras.

Em relação às dívidas trabalhistas, os dirigentes querem que apenas as que sejam contraídas após a promulgação da lei sejam cobradas com punições como perda de pontos e rebaixamento. Já o Bom Senso FC quer que a cobrança das dívidas trabalhistas sejam retroativas, ou seja, que valham também para as já existentes.

"Os clubes não aceitam o passado, só o que sair da lei nova para frente. As coisas antigas estão com a Justiça do Trabalho.", rebateu Vilson. "Sobre a CND, teremos de apresentar 30 dias antes de qualquer competição. Logo, umas três, quatro ou até cinco vezes por ano", completou o dirigente.

Autor do projeto da LRFE, que prevê que as atuais dívidas sejam parceladas em até 25 anos, o deputado Otávio Leite, alega, também em entrevista à Rádio 98 FM, que alguns dos dispositivos defendidos pelos atletas já estão no projeto de lei que será apresentado em breve no Congresso.

"O Paulo André invocou vários elementos que não estariam contemplados, mas estão quase todos dentro. Ninguém vai ter benefício do parcelamento na base do amor. Terá de se adequar a regras rigorosas. Se em dois meses consecutivos não pagar a prestação de dívidas e salários, o clube também será rebaixado. Isto está na lei", afirmou o parlamentar fluminense. Um dos líderes do Bom Senso FC, Lúcio Flávio, meia do Paraná, constatou que, no meio da discussão, as coisas não poderão ficar do jeito que estão. "Se eu, como pessoa física, ficar devendo, não posso comprar nada. O clube tem hoje possibilidade de ficar o ano inteiro atrasando salário e no fim do ano contrata outros jogadores e temos de buscar na Justiça. Que isso não mais aconteça e que os clubes tenham maneira de pagar todos os compromissos do ano", disse o capitão do Tricolor.

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