Proximidade entre as torcidas não foi problema no clássico, segundo avaliação da polícia.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A aproximação das diretorias de Atlético e Coritiba foi apontada como determinante para o baixo número de ocorrências policiais no clássico Atletiba de domingo (21). A conclusão foi do comando da Polícia Militar, por intermédio do tenente-coronel Carlos Eduardo Rodrigues Assunção, comandante da “Operação Atletiba”.

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“Tenho certeza disso. Espero que continuem com essa postura de conscientização das torcidas, para que elas caminhem para uma esperada maturidade”, afirmou Assunção. A operação, que mobilizou mil policiais (500 nos arredores e dentro da Arena e outros 500 em outros pontos da cidade), foi considerada “atípica” pelos poucos registros – houve confrontos de torcedores longe do estádio.

O grande fluxo de pessoas, a proximidade das torcidas (entre elas, e com o gramado) e o posicionamento dos visitantes, que ficaram em um setor embaixo dos rivais, aumentava o risco de problemas. No entanto a impressão da PM é de que o Atletiba foi um dos mais tranquilos dos últimos anos, com quatro ocorrências registradas.

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“Também tive essa sensação. Diria que foi um clássico atípico de tranquilidade”, comentou Assunção.

A opinião é compartilhada pela torcida Os Fanáticos. “Achei bem mais tranquilo que outros. Dentro do estádio não tivemos problemas”, disse Gilmar Alves, secretário da organizada. Segundo ele, a liberação da “festa” das duas torcidas, possível justamente pela aproximação das diretorias dos clubes, contribuiu para o clima mais agradável.

Juliano Nicolosi Rodrigues, presidente da Império, elogiou a maleabilidade das diretorias. “Tivemos um avanço na relação das torcidas com os clubes, pois depois de 10 anos conseguimos entrar no estádio com nosso material”, contou. Com a reciprocidade garantida para o jogo da volta, o torcedor crê em um ânimo diferente para os torcedores a partir de agora.

O público pagante foi de 26.773 torcedores (30.120 no total), um dos maiores públicos da história dos clássicos no estádio atleticano, além da segunda maior arrecadação da história do Paraná: R$ 964.125. O jogo entre Coritiba e Palmeiras, final da Copa do Brasil de 2012, ainda lidera, com R$ 1.193.108,00.

A mobilização dos próprios torcedores também mereceu destaque. Uma campanha de doação de sangue convidou atleticanos e coxas-brancas para um embate de solidariedade. Os vencedores foram os rubro-negros, com 79 doações, contra 56 de torcedores alviverdes.

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Para o tenente-coronel da PM, a troca das diretorias das torcidas organizadas, a responsabilização dos times e a tecnologia que permite a identificação de torcedores foram outros fatores que contribuíram. “Talvez num futuro próximo possamos usar um efetivo menor, já que as pessoas estão se conscientizando”, concluiu Assunção.