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O goleiro Édson Bastos, atualmente reserva no Alto da Glória: “Quero sair do Coritiba de forma diferente, jogando” | Marco André Lima/ Gazeta do Povo
O goleiro Édson Bastos, atualmente reserva no Alto da Glória: “Quero sair do Coritiba de forma diferente, jogando”| Foto: Marco André Lima/ Gazeta do Povo

Ser reserva no futebol exige muita paciência. No caso do goleiro, que dificilmente en­­tra no decorrer das partidas, a calma precisa ser ao quadrado. Se o jogador em questão tem história defendendo o clube, o drama se potencializa ainda mais. Caso o atleta tenha mais de 30 anos, seria uma desgraça. Mas essa lógica não cabe para Édson Bastos.

Ele é o terceiro arqueiro com mais jogos pelo Coritiba, com 203 partidas, e até leva a situação de suplente com hu­­mor. Bastos brinca que é o "ca­­pitão do banco de reservas" e, em alguns jogos, como o último contra o Corinthians-PR, vira quase um auxiliar técnico orientando e incentivando os companheiros de fora do gramado.

"Às vezes eu acabo me excedendo um pouco, mas isso é normal, até porque todos querem ganhar", admite o jogador, esboçando (quem sabe) um futuro com a planilha na mão.

O atleta, que só perde para Jai­­ro (440) e Hamilton (233) em atuações de um goleiro com a ca­­mi­­sa coxa-branca, consegue até sen­­­sibilizar o técnico Marcelo Oli­­vei­­ra. "Se não fosse talvez o Édson, eu não deixaria ficar gritando. Mas ele tem um comportamento profissional sensacional por­­que ad­­mitiu o valor do Van­­der­­­­lei quando entrou, reconheceu que na­­quele momento ele não estava bem", conta o treinador.

Desde a segunda rodada do re­­turno do Brasileiro de 2011 preterido no time titular e mesmo sa­­bendo que começaria a temporada na mesma situação, Bastos renovou o contrato com o Cori­­tiba. "Até dezembro pelo menos eu estou empregado", brinca. Tu­­do porque ele diz acreditar que pode dar mais para a torcida coxa-branca. "Eu tenho condições de jogar. Isso fez com que eu ficasse. Eu quero sair de uma forma diferente, tenho isso em mente. E isso passa, lógico, por estar jogando".

A final da Copa do Brasil do ano passado, com o título perdido para o Vasco no Couto Pereira com uma falha sua, ainda passa pela cabeça do goleiro. "Demo­­rou para você martelar isso, hein?", protesta ao ser questionado, mas responde: "Até hoje passa um filme, não vou falar que não. Mas procuro trabalhar e esquecer. Só erra quem está ali dentro. Independentemente de ter acon­­tecido comigo ou não, es­­tou trabalhando da mesma for­­ma, com a mesma seriedade e honestidade".

Bastos, como os outros goleiros, é normalmente o primeiro a chegar e o último a sair dos treinamentos. "Vontade de jogar to­­do mundo tem. Não sou diferente. Mas aqui tem uma hierarquia, um treinador que manda, um companheiro de trabalho que vive um bom momento. Então cabe a mim aguardar e esperar o meu momento novamente", diz.

Uma espera que, se ocorrerem mais vitórias, como todos – in­­clusive Bastos –querem, deve demorar ainda muito mais tempo para acabar.

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