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Promessa de uma passarela para pedestres na BR-277, próximo ao Ecoestádio, local do atropelamento de um torcedor atleticano. Segundo a Rodonorte, o prazo para entregar a obra é no fim de março | Marco Andre Lima/ Gazeta do Povo
Promessa de uma passarela para pedestres na BR-277, próximo ao Ecoestádio, local do atropelamento de um torcedor atleticano. Segundo a Rodonorte, o prazo para entregar a obra é no fim de março| Foto: Marco Andre Lima/ Gazeta do Povo

Depoimento

"Espera de 20 minutos"

"Moro no bairro São Braz e toda vez que vou ao Shopping Barigui, preciso atravessar as duas pista da rodovia para poder pegar o ônibus na volta para casa. O ponto é ao lado do parque e muito movimentado. Hoje (ontem), estava com a minha filha, Isabela, de 9 anos, e demoramos quase 20 minutos para conseguir atravessar. Acho que estávamos bem no local onde foi o atropelamento do rapaz que morreu, pois chegamos a ver um tênis no chão. Aquele é um lugar muito perigoso e dá medo de atravessar. Ainda mais com uma criança. Acabamos nos arriscando porque não há uma passarela e outro local para atravessarmos é muito longe dali."

Adriana Oberzut, 29 anos, professora.

Time

Defesa mostra eficiência rara

Era de se esperar que um time voltado essencialmente para o ataque escancarasse fragilidades defensivas. Esse poderia ser o caso do Atlético de Juan Ramón Carrasco, que tem a filosofia de jogar sempre para a frente. Só que as quatro rodadas do Campeonato Paranaense têm mostrado o contrário.

Além do setor ofensivo, a defesa tem sido destaque neste início de ano. Sem nenhum gol sofrido até agora, o Furacão tem a melhor defesa da competição e conseguiu uma sequência de quatro partidas sem saber o que é buscar a bola no fundo das redes. Essa marca, inclusive, já fazia tempo que o Rubro-Negro não alcançava.

Desde agosto de 2009 o time não passava quatro jogos sem tomar gols. Na época, o Atlético também venceu as partidas, mas pelo Campeonato Brasileiro. Passou por Fluminense, Cruzeiro, Botafogo e Barueri sem ter a meta vazada.

Por outro lado, no ano passado não conseguiu emendar nem sequer duas partidas zeradas. Em todo o Estadual, só não tomou gols em quatro confrontos. Ao longo do Nacional, foram somente 7 vezes sem sofrer gols, em 38 partidas.

"A equipe é muito profissional, trabalha muito e tem disciplina tática. O time sabe o que fazer quando não tem a bola e precisa estar muito concentrado quando perde a bola para não sofrer gols", resumiu Carrasco, sobre o bom momento defensivo do Atlético, após a vitória diante do Roma.

Gustavo Ribeiro

O atropelamento e morte de André Scaramussa Lopes, de 21 anos, após a partida entre Atlético e Roma, quarta-feira, foi fruto de uma sequência de equívocos das autoridades responsáveis pelo confronto válido pela quarta rodada do Campeonato Paranaense.

A falta de entendimento entre os entes envolvidos com a partida e a ausência de um planejamento para se oferecer mais segurança colocou em risco boa parte dos torcedores que atravessava a pé a BR-277, entre o Estádio Janguito Malucelli e o Parque Barigui – trecho em que ocorreu o acidente fatal.

Após a indicação do Ecoestádio como local de mando do jogo do Furacão, há uma semana, a Fede­­ração Paranaense (FPF) comunicou a realização do jogo à Polícia Militar (PM). No entanto, quem deveria ter sido avisada diretamente pela entidade esportiva era a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que ficou sabendo do jogo, por meio da PM, na segunda-feira. Depois disso, mais demora...

A informação sobre o evento esportivo chegou à delegacia metropolitana da PRF – responsável efetivamente pela segurança no trecho em frente à praça esportiva – apenas no dia do embate. Uma sucessão de falhas na comunicação que terminou em tragédia – e colocou em risco vários torcedores na travessia do movimentado trecho.

O inspetor da PRF, Anthony Nascimento, admite a falha. "Não foi feita reunião, as autoridades não conversaram e o policiamento ficou inadequado. Ali não tem local de travessia de pedestres, não há semáforo, faixa, passarela, nada que dê segurança aos pedestres", admite.

Segundo ele, duas viaturas foram enviadas ao trecho da BR-277 na quarta-feira, mas não estavam mais no local no momento do atropelamento – cerca de 40 minutos depois do fim do encontro entre atleticanos e o time de Apucarana.

"O que a gente recomenda é que antes de um evento de grande porte seja realizado um encontro com pelo menos uma semana de antecedência para se definir um planejamento", completa o inspetor.

Para o vice-presidente da FPF, Amilton Stival, a morte foi uma fatalidade. "O estádio foi esvaziado em 10 minutos e o atropelamento foi bem depois. Foi um acidente de trânsito normal", opina.

O caso, no entanto, não é isolado, já que diversos torcedores correram risco ao atravessar a rodovia. "A condição era péssima. Eu fiquei dez minutos na beira da estrada para chegar do outro lado e não tinha policial dando assistência. Logo após o jogo, o pessoal atravessou em massa, mas depois era quase questão de sorte para passar ali", conta o advogado Fernando Luiz, que esteve na partida.

O Atlético deve voltar a atuar no Ecoestádio na semana que vem, diante do Toledo. Para esse duelo, Nascimento promete um esquema melhor de segurança, apesar de nada ter sido definido ainda. "Vamos buscar uma reunião com a Federação, Atlético, concessionária e buscar alternativas para que não haja riscos aos torcedores. Talvez um semáforo provisório, a interrupção do trânsito. Vamos ver."

A concessionária Rodonorte, responsável pelo trecho, informou que existe um prazo para que uma passarela seja instalada até o fim de março no local onde o acidente ocorreu.

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