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Polícia revista torcedores que promoviam tumultos: cinco menores foram apreendidos por armar tocaia à espera da passagem dos rivais | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Polícia revista torcedores que promoviam tumultos: cinco menores foram apreendidos por armar tocaia à espera da passagem dos rivais| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Torcida protesta

A torcida do Atlético esboçou gritos de "burro" para o técnico Juan Ramón Carrasco no segundo tempo do Atletiba. O treinador, porém, deu de ombros. "Pode não ter causado simpatia em algum torcedor, mas não queremos ser simpáticos", comentou. "Viemos por um objetivo de dar uma identidade ao Atlético, de jogar para frente", disse, justificando a entrada de Nieto para a saída de Martín Ligüera.

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O Atletiba de torcida única em nada serviu para evitar os confrontos de atleticanos e coxas-brancas. Como previsto por especialistas em segurança entrevistados pela Gazeta do Povo às vésperas do duelo, não foi a proibição do comparecimento da torcida adversária que aliviou a violência fora da Vila Capanema. Como de costume, por vários pontos de Curitiba houve confusão entre os rivais.

Mesmo com 450 policiais militares espalhados no entorno do estádio, logo após o clássico terminar, e há poucas quadras do Durival Britto, ocorreu a primeira briga. De acordo com a PM, na Praça Eufrásio Correia, em frente ao shopping Estação, torcedores do Coritiba esperavam de tocaia a passagem dos atleticanos.

Além do confronto, um ônibus biarticulado foi depredado e cinco torcedores do Alviverde, menores de idade, foram apreendidos. A confusão só acabou após a chegada de 20 viaturas, entre PM e Guarda Muni­­cipal. Um passageiro, alheio ao futebol, foi atingido na cabeça tendo ferimentos leves. "Os torcedores estavam esperando os rivais passarem", comentou o inspetor Moreira, da Guarda Municipal.

O episódio mais grave foi o esfaqueamento de um homem, por volta das 22 horas, dentro do ônibus da linha Santa Cândida/Capão Raso, próximo à Praça do Japão. Segundo a PM, pela denúncia, o crime teria sido cometido por um homem que vestia a camisa do Atlético.

Uma hora depois, na República Argentina, novo confronto entre torcedores. No terminal do Cabral, um início de confusão só acabou com a chegada de viaturas. Nos bairros CIC e Água Verde – na Rua Bra­­síl­­io Itiberê, próximo à sede da Fanáticos e da Arena da Baixada –, também foram registrados problemas. Em Pinhais, um menino de 14 anos ficou ferido após uma briga entre torcidas.

Os ânimos já estavam exaltados antes mesmo do clássico. Após o Atletiba de torcida única receber críticas generalizadas, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, voltou a defender a sua ideia via Twitter. Horas antes do jogo, publicou na rede social. "Defendem o indefensável, garantir mil lugares para a torcida organizada contrária que sozinha usa os 10% é coisa de gente que nada conhece!". O mandatário atleticano escreveu nove mensagens sobre o tema e chegou a discutir com o vereador Algaci Túlio (PMDB).

"Lamentavelmente é triste ouvir a Polícia [Militar] decretar a ineficiência num jogo de 10 mil torcedores", disse o político.

Além de ineficaz em relação à segurança fora do estádio, o jogo eletrizante não empolgou as arquibancadas. Sem o torcedor alviverde presente, os atleticanos tiveram comportamento moderado, mais preocupado em reclamar com seu treinador, jogadores e árbitro. Parecia o duelo contra uma agremiação do interior que estivesse jogando na ca­­pital, sem torcida. Sem apelo algum.

Para engrossar a noite de ocorrências, uma torcedora que tentava assistir à partida de cima do viaduto do Capanema caiu e foi levada ao hospital. A PM promete divulgar hoje um balanço geral da operação.

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