Como você avalia a criação da Liga Sul-Minas-Rio?
Excelente ideia, um ótimo projeto para os clubes se sustentarem. Nenhum regional é sustentável. Veja o exemplo da Copa do Nordeste, uma solução para ajustar as finanças dos combalidos times daquela região. Qualquer coisa é melhor do que jogar com os Prudentópolis da vida.
Esse torneio não causa impacto algum. Falta criatividade para os clubes. Seria muito mais interessante, por exemplo, criar uma liga Atlântico Sul, convidando argentinos e uruguaios. Uma liga sem times de São Paulo não existe. Agora, uma copa internacional seria outro nível.
Sou otimista. Mas acho que precisa ser um projeto para deslanchar em 2017, não acredito no sucesso instantâneo. Temos provas, como o exemplo do Nordeste, que dá certo. Precisa primeiro aparar as arestas com CBF e Federação, além de vencer bem a ideia para o público em geral.
Qual avaliação do trabalho de Ney Franco no Coritiba. Ele está ameaçado?
Não deve e não pode estar, de forma alguma. É um profissional de caráter e que merece o respeito da diretoria e torcida. A possível saída dele não vai mudar o Coritiba da noite para o dia. Deve-se acreditar no trabalho dele, comprovadamente eficiente. Ele tem muita qualidade e vai ajudar o Coritiba.
Ele não vai bem. Na verdade, o Coritiba é um Titanic. Há muitas dificuldades de trabalho. O Ney não foi feliz na indicação de jogadores. O Coritiba lembra o Brasil de hoje, uma tempestade perfeita, com crise política e econômica. Deram todas as fichas para o Ernesto Pedroso e depois tiraram. A incerteza é um convite a derrotas no futebol.
Ele está ameaçado, sem dúvida. É assim que as coisas funcionam no futebol. Não adianta falar dos problemas extracampo, o técnico paga o pato. Agora, o Ney não é inteiramente o responsável. Está utilizando o material humano que tem nas mãos – um material humano limitado.
O Atlético consegue, sem baixar o preço, lotar a Arena?
Não! É um absurdo pagar R$ 100 por um jogo de futebol. Mesmo com uma arena maravilhosa, o preço é proibitivo para grande parcela da população. Se com sol, dia dos pais, time vindo de uma vitória fantástica, não lotou, não vai lotar jamais – pelo menos com essa política.
Acho que não. Talvez, em outra circunstância. Para encher o estádio precisa um supertime e o torcedor com dinheiro no bolso. Não tem as duas coisas. O time é muito bom, contagiante, trabalhador... E a crise econômica atinge em cheio as pessoas. Vivemos um momento de dificuldade social. Precisa avaliar esse conjunto de coisas. Tem de ter promoção no ingresso.
Creio que sim. Aos poucos vai lotar. Depende da campanha do time. Se continuar na luta pelo G4, o torcedor vai se associar. Veja o exemplo de 2004, quando brigou pelo título, e no ano seguinte com a Libertadores... Naquela época, havia fila para ser sócio e não sobrava bilhete para os não-sócios. Com o time bem, o atleticano vai se tornar sócio em um médio prazo.
WhatsApp
Deixe sua opinião