1 – Estabilidade

 
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O Brasileirão 2015 tem se notabilizado pela dança das cadeiras entre os técnicos. Sem contar interinos que deixaram a equipe, já houve – com a saída de Artur Neto do Goiás, a última mudança – 26 trocas de treinador. Apenas Corinthians, Atlético-MG e Avaí não alteraram o comando. São ilhas de estabilidade em meio ao “perdeu-caiu” do futebol nacional. “Não temo [ser demitido]. Já peguei o Coritiba em uma situação que eu sabia que ia ser muito difícil. Eu vim sabendo que este era um campeonato para ser disputado até o último jogo, contra o Vasco”, diz o técnico. Em 29 partidas, sendo três pela Copa do Brasil, obteve sete vitórias, nove empates e 13 derrotas, um aproveitamento de 34,5%.

Porém...
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O mercado de ‘vender resultados para ontem’ está aquecido e a alta rotatividade até surtiu algum efeito. Entre os ameaçados, Vasco, Joinville, Chapecoense são prova disso. Com a troca de técnicos, melhoraram.

2 – Prazo

 

Faltam seis jogos, 18 pontos, a ser disputados. O campeonato acaba em pouco mais de um mês. Qualquer treinador que chegar agora no Coritiba não terá tempo suficiente para mudar o estilo de jogo, encontrar nomes no elenco para resolver a situação tática do time. Ney Franco já utilizou quase 40 jogadores em 29 partidas, conhece todo o grupo de atletas. Qualquer troca de comando colocará toda a responsabilidade do desempenho em campo no colo da diretoria.

TABELA: Veja a classificação da Série A

Porém...
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Em meio ao desespero na tabela, há sempre a chance de aparecer um treinador bom de vestiário, motivador de jogadores, paizão. O discurso de boleiro, algo inaceitável para um trabalho planejado, ainda tem espaço para situações extremas, como a do Coritiba hoje, com a necessidade de vencer quatro dos últimos seis jogos. É na hora do aperto que os dirigentes precisam agir.

3 – Capacidade

 

Ney Franco é um treinador experiente, com vasto currículo. Tem toda a tarimba necessária para superar adversidades. Preenche todos os requisitos de um profissional capaz: títulos, grandes clubes, conhecimento tático e até passagem pela seleção brasileira (título mundial sub-20). Dificilmente o Coritiba irá encontrar no mercado algum profissional com esse porte para apenas seis rodadas. Além disso tem um salvamento para se orgulhar: livrou Botafogo, em 2009, da degola

Porém...

O comandante alviverde vem de resultados preocupantes nos últimos tempos. No ano passado, por exemplo, caiu com o Vitória. No próprio Coritiba, onde fez um trabalho acima da média, teve uma infelicidade: não evitou a queda de 2009.

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4 – Identificação

 

Em 2009, Ney acertou com o Coritiba com a missão de ajudar o clube a sair da incômoda posição que o deixava na zona de rebaixamento. Não conseguiu e o clube foi rebaixado no centenário. No ano seguinte, foi campeão paranaense. Sua permanência no clube foi valorizada pela torcida. Ele chegou a se associar ao Coxa e cumpriu a promessa de devolver o clube à Série A. Nesta temporada, mesmo com projeto de ir para os Estados Unidos, aceitou o convite para trabalhar novamente no Alto da Glória.

Porém...

São cinco derrotas consecutivas no Brasileirão. Além disso, o treinador não conseguiu criar uma sinergia entre time e torcida no Couto Pereira. Desde a implantação dos pontos corridos na Série A do Brasileiro, em 2003, nunca o Coritiba teve uma campanha tão ruim no Alto da Glória: 43% de aproveitamento. Com Ney foram 14 partidas em casa, com apenas três vitórias, cinco empates e seis derrotas (42%) .

5 – Política

 
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Ney Franco bateu de frente com o gupo político que estabilizou o departamento de futebol, na chamada crise de WhatsApp. Conseguiu contornar o ambiente tenso dentro do vestiário e manteve o Coritiba com chances reais de escapar do rebaixamento, apesar dos problemas políticos do clube.

Porém...

Franco abraçou o discurso de Ernesto Pedroso, dirigente que contratou jogadores que não apresentaram resultado, como Lúcio Flávio, Kléber, Negueba, João Paulo.

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