Sucessão
CBF confirma que novo técnico será brasileiro
Agência Estado
A CBF deve anunciar até a próxima terça-feira o nome do novo técnico da seleção brasileira. O presidente da entidade, José Maria Marín, garantiu que a decisão será feita em conjunto, incluindo ele, o seu sucessor no cargo, Marco Polo del Nero, e o recém-empossado coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi.
Se o nome ainda não foi revelado, há apenas uma certeza: o novo técnico será brasileiro. "Não é o momento", avaliou Gilmar Rinaldi a respeito de trocar Luiz Felipe Scolari por um estrangeiro.
O perfil do novo técnico já foi traçado. Será alguém estudioso do futebol e que se proponha a viajar pelo mundo acompanhando o trabalho de outras equipes e interagindo com outros treinadores. O novo comandante também deverá acompanhar mais de perto os trabalhos das categorias menores da seleção. "A base da seleção vai sair das categorias de base", assegurou Rinaldi.
O presidente da CBF, José Maria Marín, anunciou ontem que o ex-goleiro e empresário Gilmar Rinaldi é o novo coordenador técnico de seleções da entidade. Ele é o primeiro nome a ser anunciado por Marín depois das saídas de Carlos Alberto Parreira e do técnico Luiz Felipe Scolari.
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"Meu objetivo é definir uma nova filosofia para a seleção, sempre pensando no mais importante, que é o coletivo. Vou conversar com ex-jogadores e treinadores. É o momento de ouvir muito e pegar essa experiência que muita gente tem", disse o novo coordenador.
Como goleiro, Rinaldi teve passagens por Internacional, São Paulo, Flamengo e Cerezo Osaka, do Japão. Ele também estava no elenco da seleção que foi tetracampeã do mundo na Copa de 1994, nos Estados Unidos.
Depois de se aposentar, em 1999, Rinaldi trabalhou como superintendente de futebol do Flamengo por dois anos e, depois, virou empresário de jogadores. Como agente, já gerenciou a carreira de atletas como o atacante Adriano. Hoje, porém, diz não exercer mais a profissão para se dedicar exclusivamente à CBF. Despediu-se dos agenciados no dia anterior. "A minha atividade que exerci por 14 anos, que era agente de futebol, já não existe mais", afirmou, rejeitando qualquer tipo de conflito de interesses entre o atual cargo e a profissão anterior.
O novo coordenador deu poucas pistas sobre o que realizará a partir de agora, mas indicou que a valorização das categorias de base e o jogo coletivo vão guiar o seu trabalho na seleção. "É uma nova forma de ver as coisas, avançando em coisas que a comissão técnica antiga não teve tempo de realizar. A filosofia de trabalho é simples: a prioridade é da base e também da nossa parte coletiva. Os talentos fora de série sempre vão surgir. Temos que olhar para a nossa qualidade coletiva", explicou.
Curiosamente, ele havia se posicionado contrário a mudanças na CBF depois de o Brasil ser massacrado pela Alemanha por 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo. Ainda empresário de jogadores, Rinaldi pediu que não se valorizasse os gênios, mas sim o coletivo na seleção brasileira. "Não é o momento de sonhar em mudança de CBF, etc., a realidade está aí, temos que continuar com ela, direcionar as coisas na direção certa", escreveu no Twitter.
Um dos críticos mais ferozes da CBF, o ex-jogador e deputado federal Romário reagiu mal em relação à decisão da entidade. "É inadmissível Gilmar Rinaldi ser escolhido para assumir o cargo. O cara é empresário de vários jogadores. Tive o desprazer de trabalhar com ele no Flamengo, é incompetente e sem personalidade", disse Romário via Twitter.
O ex-atacante afirmou que Gilmar fará da CBF "um banco de negócios para defender os seus interesses". Romário e Gilmar Rinaldi foram companheiros na seleção brasileira em 1994, quando conquistaram o tetracampeonato nos Estados Unidos.
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