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 | Bruno Cantini
| Foto: Bruno Cantini

Clássico tem clima quente nos bastidores

O sucesso de Atlético-MG e Cruzeiro dentro de campo nem sempre se estende aos bastidores dos clubes. A confusão envolvendo os ingressos da final da Copa do Brasil é uma amostra.

Os rivais não se acertaram sobre o espaço destinado aos torcedores visitantes. Num primeiro momento, ficou definido que os dois clássicos seriam com torcida única, por causa da preocupação com a violência das torcidas.

Depois, o Cruzeiro abriu mão dos ingressos para o Independência, que contou apenas com os fãs do Galo. Para hoje, no Mineirão, foram liberados apenas 1.813 ingressos para os visitantes–menos até do que os 3.200 policiais escalados. E a discussão sobre o preço dos bilhetes, que partiu de R$ 1 mil, parou no Procon-MG, Ministério Público e no Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

Ainda no extracampo, o Galo conviveu com atrasos de salários neste ano. No mês passado, o meia Guilherme escancarou a preocupação do elenco com o assunto.

O clube justificou a demora nos pagamentos devido ao bloqueio do dinheiro da venda do atacante Bernard, em virtude de dívidas com a Fazenda Nacional.

  • A possível transferência de Lucas Silva para o Real Madrid ficou para junho de 2015.

Cruzeiro e Atlético-MG decidem hoje a Copa do Brasil, às 22 h, no Mineirão. Duelo entre o atual bicampeão brasileiro e o vencedor da Libertadores da América do ano passado, respectivamente. Encontro que reforça a supremacia mineira no futebol brasileiro nos últimos dois anos.

Confira como os finalistas entram em campo no Mineirão

Ciclo iniciado no fim de 2011. Há quase três anos, o cenário era oposto. Os rivais de Belo Horizonte sofreram com a ameaça de rebaixamento ao longo do Nacional. O destino do Cruzeiro ficou para ser decidido no clássico da última rodada e o triunfo por 6 a 1 representou a salvação.

Desde então, ambos se dedicaram em duas frentes. A primeira, maior eficiência na administração dos recursos financeiros – que não são poucos. Além disso, investimentos e trabalho profissional nas categorias de base.

"Cruzeiro e Atlético-MG desmistificam a tese de que os clubes que têm mais receitas ganham os títulos, de que pode ocorrer uma ‘espanholização’ no Brasil, com Corinthians e Flamengo assumindo os papéis de Barcelona e Real Madrid", aponta Amir Somoggi, consultor de gestão esportiva.

A análise dos gastos com a bola em 2013, por exemplo, revela o acerto dos mineiros. No mesmo ano, o Corinthians consumiu R$ 248 milhões e o Flamengo R$ 180 milhões. O Galo desembolsou R$ 146 milhões, enquanto a Raposa despendeu R$ 157 milhões.

"São clubes com grande potencial de investimento. O Cruzeiro contou com R$ 100 milhões de investidores para montar o time, dinheiro de empresários para comprar atletas", diz Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coxa.

Os recursos mineiros, entretanto, têm origens diversas. De acordo com o balanço do Cruzeiro de 2013, 41% da grana veio de bilheteria e sócios-torcedores, o equivalente a R$ 72,7 milhões.

Só o montante proveniente dos alvicelestes fiéis foi capaz de bancar a contratação do meia-cancha Julio Baptista. O ex-Málaga-ESP chegou dentro de um carro forte para ser apresentado à torcida no Mineirão.

O Atlético-MG, por sua vez, obteve R$ 25,4 milhões apenas em receitas de marketing no mesmo período. Faturou ainda R$ 66,1 milhões com a negociação de atletas, segundo o balanço de 2013 – cifra turbinada pela venda do atacante Bernard, para o Shaktar Donetsk-UCR, por quase R$ 62 milhões.

Alternativas que Atlético e Coritiba têm condições de incrementar em um futuro próximo. "Precisamos melhorar a nossa base de sócios, sem dúvida. Ainda estamos implementando planos nesse sentido e é um recurso que deve crescer em pouco tempo", comenta Andrade.

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