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O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), classificou na manhã desta terça-feira (18) como "hipocrisia" a proibição a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Na semana passada, ele sancionou um projeto de lei que autoriza e regulamenta a venda e o consumo de álcool em partidas de futebol no estado.

O petista defendeu que a medida - em vigor desde 2008 nos estádios brasileiros - não surte o efeito desejado de redução da violência entre torcidas de futebol.

Pelo texto da nova lei, o comércio de bebidas poderá ser iniciado até duas horas antes do início da partida, sem limite de encerramento. Não há restrição quanto ao teor alcoólico das bebidas.

"É claro que estou lutando pela paz nos estádios, mas não gosto de hipocrisia. As pessoas dizem que não têm [bebida alcoólica] no estádio, mas bebem antes da partida tudo que tomariam depois. Acho que acaba não surtindo o efeito desejado", disse o governador baiano em evento sobre o Carnaval local.

Ele defendeu a sanção da lei com o argumento de que o estado "não tem capacidade de ficar controlando a vida de cada um". "Acredito que vivemos num estado democrático que tem regras. Quem não cumprir a regra e aprontar briga tem de ser preso e condenado", argumenta.

Jaques Wagner diz não acreditar que a liberação da bebida pode resultar em aumento da violência. "Não acho que tem essa relação direta. Fosse assim, também teríamos de proibir a bebida no carnaval".

Comandante é repreendido

Segundo o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, a proibição da venda de bebidas aumenta o risco de tumultos e dificulta a fiscalização da polícia.

"O que vemos hoje é que há uma aglomeração de pessoas do lado de fora do estádio bebendo e elas entram [para ver o jogo] faltando cinco minutos para a partida começar. Entra quase todo mundo ao mesmo tempo, o que para a gente é uma operação de altíssimo risco", afirmou.

A eficácia da medida, contudo, será avaliada e pode ser revista, garante o secretário: "Se houver problema, podemos rediscutir".

Barbosa ainda desautorizou o comandante do Batalhão Especializado no Policiamento de Eventos, tenente-coronel Henrique Melo, que emitiu parecer contrário à liberação de bebidas. "O posicionamento da Segurança Pública quem dá é o secretário, que observa o trabalho de organização do evento como um todo", diz.

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