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O jornalista Rafael Henzel foi o segundo sobrevivente brasileiro do acidente da Chapecoense a dar entrevista coletiva. | Reprodução/RBS TV
O jornalista Rafael Henzel foi o segundo sobrevivente brasileiro do acidente da Chapecoense a dar entrevista coletiva.| Foto: Reprodução/RBS TV

O jornalista Rafael Henzel foi o segundo brasileiro sobrevivente da queda do avião da Chapecoense a conceder entrevista coletiva, depois do jogador Alan Ruschel. Nesta segunda-feira, ainda no Hospital Unimed, em Chapecó, ele falou com a imprensa, se emocionou e mostrou muita vontade de voltar à profissão, inclusive a tempo de trabalhar no primeiro jogo do clube catarinense em 2017.

“Tenho minha data: dia 9 de janeiro, eu quero voltar a trabalhar. E dia 25 de janeiro, eu quero narrar Joinville x Chapecoense. Não sei como eu vou subir naquelas cadeiras lá, se eu estarei com alguma dificuldade para caminhar, por causa das lesões. Mas não quero saber, dia 25 vou estar lá. Eu não vou deixar passar. Tenho um dever muito grande com a comunidade de Chapecó, que acreditou em mim. Se eles acreditam, eu vou fazer”, declarou.

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No dia 25, a Chapecoense estreará na Copa da Primeira Liga, justamente diante do Joinville. Por causa dos ferimentos da queda do avião, Henzel ainda não sabe exatamente as condições físicas que terá na data, mas isso não parece preocupar o jornalista, que prometeu se esforçar na recuperação para cumprir sua meta.

“Vou para casa, mas vou focar completamente no tratamento que resta, para eu voltar com tudo e com força, para dia 9 voltar a trabalhar na rádio e, a partir do dia 25, se deus quiser, acompanhar todos os jogos da Chapecoense”, disse.

Henzel sofreu diversas fraturas no acidente, inclusive uma no pé esquerdo, que precisou ser submetido a cirurgia. Uma infecção hospitalar na Colômbia também atrasou um pouco o retorno do jornalista ao Brasil, o que aconteceu no início da semana passada, duas semanas após a tragédia nas cercanias de Medellín.

“Eu acordei e a primeira coisa que eu falei foi: ‘O que é isso?’. Achei que era um sonho, que alguém ia me acordar, dizer que pousamos. E não era isso. Eu consegui ver as luzes, chamei, não tinha nenhum socorrista próximo. Eles estavam no alto. Os socorristas desceram, me retiraram por trás. Fui carregado, tinha pedra, árvores, os caras paravam porque era muito pesado”, lembrou do momento do acidente.

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O jornalista também relatou os momentos que antecederam a queda do avião, que levava a Chapecoense para a primeira partida da decisão da Sul-Americana e matou 71 pessoas. “Mudei de lugar quatro vezes. Sentava ao lado de um e conversava, depois em outro lugar. Até que sentei junto com o Djalma e começamos a conversar. Até o momento em que se apagaram as luzes. Eu lembro que a única coisa que falei era que o pior já tinha passado. Na minha cabeça, iria retomar os motores. A gente imaginava que havia uma autonomia para isso. E quando perguntávamos, falavam que em mais dez minutos chegaríamos, depois mais dez. De dez em dez, perdemos 71 vidas.”

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