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O deputado federal Romário (PSB-RJ) visita obras do Estádio Nacional de Brasília, mas não esquece de “incomodar” Marín, o presidente da CBF | Sergio Lima/ Folhapress
O deputado federal Romário (PSB-RJ) visita obras do Estádio Nacional de Brasília, mas não esquece de “incomodar” Marín, o presidente da CBF| Foto: Sergio Lima/ Folhapress

Representantes de 27 federações estaduais aprovaram nessa terça-feira (16), por unanimidade, o balanço de 2012 da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cujo lucro no período foi de R$ 55 milhões. A reunião, que transcorreu em clima de tranquilidade, começou com o presidente José Maria Marín explicando as denúncias de que teria havido superfaturamento na compra da nova sede da entidade.

O cartola apresentou avaliações de três consultorias do ramo que comprovariam que os R$ 70 milhões gastos na transação estariam dentro do padrão do mercado. Marín anunciou a compra do prédio, com oito salas comerciais, no dia 27 de junho, mas só assinou a aquisição no dia 31 de agosto. Nesse período de dois meses, cinco das oito salas foram vendidas a intermediários por R$ 12 milhões. As mesmas foram repassadas para a CBF por R$ 43 milhões. Outras três foram vendidas diretamente por R$ 27 milhões.

"Se antes [dois meses] cus­­tou mais barato, fazer o quê?", disse o presidente da Federação do Tocantins, Leomar Quintanilha, ao sair da reunião. "Estou tranquilo por ter ouvido o presidente."

Se ganhou o apoio interno, Marín ainda terá de encarar desconfiança do desafeto Romário. O deputado federal pelo Rio (PSB), que desde o ano passado tenta emplacar uma CPI para investigar a CBF, afirmou que irá solicitar os documentos sobre a compra da futura sede da confederação. "Pelo que eu vejo, já está mais que comprovado que houve superfaturamento. A gente tem de denunciar e fazer com que a CBF dê suas explicações", afirmou o Baixinho, que ainda vai pedir uma investigação sobre o negócio.

"Vou procurar levantar documentos na Junta Comercial do Rio, vou estudar e passar para pessoas que são capazes de analisar isso", reiterou. Ele fez essas declarações ao participar de vistoria das obras no Estádio Nacional de Brasília – que ele disse duvidar que seja entregue no dia 18 de maio.

A paz encontrada por Marín na assembleia da CBF tinha explicação política. O grupo majoritário de presidentes de federação condicionou uma divisão mais ampla das receitas da entidade para aceitar o candidato indicado pelo cartola na próxima eleição, em abril de 2014 – tudo indica que o escolhido seja Marco Polo Del Nero, vice-presidente da Confederação e mandatário da Federação Paulista.

A primeira reivindicação de parte dos 27 votantes é que a mesada para as federações, hoje de R$ 50 mil, seja, no mínimo, dobrada. Algumas federações, no entanto, não vão se contentar com R$ 100 mil por mês. "Tem as que querem R$ 150 mil, R$ 200 mil e até um pouco mais. Isso vai render", disse o presidente de uma das federações que se nega a receber "agrados" da CBF.

Outro dirigente, de uma federação sem representantes nas Séries A e B, revelou que o valor de um voto para a sucessão de Marín será alto. "Seria em torno de R$ 100 mil?", questionou o repórter. "Isso é para clubes, coisa miúda. Com as federações a conversa é mais séria", disse, depois de indagado sobre denúncia recente de Romário (PSB-RJ) de que a eleição de 2014 da CBF já estaria comprada.

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