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O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, na audiência pública desta quinta no Senado | Marcos Oliveira / Agência Senado
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, na audiência pública desta quinta no Senado| Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, defendeu nesta quinta-feira (15) a liberação da venda de bebidas alcoólicas em estádios brasileiros após a Copa do Mundo - no qual a comercialização será excepcionalmente permitida.

"Eu não vejo sentido em proibir dentro dos estádios, em recinto privado, algo que as pessoas fazem legalmente e publicamente nos bares e restaurantes ou privadamente em suas casas", afirmou Rebelo.

Em audiência pública no Senado, o ministro questionou a legislação que normatiza o tema e disse que a permissão não iria ferir nenhum princípio da Constituição brasileira. Ele afirmou não saber o motivo de a CBF ter assinado um Termo de Ajustamento de Conduta proposto pelo Ministério Público em 2008, que abriu caminho para a proibição.

A norma foi posteriormente incorporada no Estatuto do Torcedor, também questionado por Aldo. "[A proibição aparece] depois, de forma ambígua, porque a legislação não é muito clara no próprio Estatuto do Torcedor", disse. A lei veda o porte de objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência durante os jogos.

O ministro defende que a venda seja permitida em espaços reservados aos bares e restaurantes nos estádios, com restrição de consumo nas arquibancadas. Segundo ele, a liberação seria uma forma de conseguir retorno financeiro aos grandes empreendimentos construídos para a Copa do Mundo. "Como a operadora do estádio vai obter uma renda com a concessão de um bar que não pode vender cerveja, que não pode vender bebida?", questionou.

Rebelo citou países que permitem a venda de bebidas, como a Inglaterra e os Estados Unidos. "Recentemente eu vi num estádio dos Estados Unidos o próprio presidente Barack Obama portando um grande copo de cerveja com a família e com outros espectadores", afirmou. "A comercialização de bebidas nos estádios diz respeito à liberdade das pessoas que frequentam. Num dia tem jogo do Grêmio e do Internacional, e não pode vender bebida. No outro dia tem um show da Madonna e pode vender qualquer bebida. Eu acho uma coisa inexplicável", disse o ministro.

Segurança

Rebelo admitiu que a segurança pública no Brasil "não é a ideal a qualquer momento, não só na Copa do Mundo". "Esse é um dos problemas do país e todos os órgãos do governo, todas as esferas têm realizado um esforço grande para enfrentar esse desafio", destacou o ministro após participar a audiência pública no Senado.

O ministro destacou ações que foram adotadas para garantir segurança às delegações, torcedores e jornalistas na Copa. "Já adotamos medidas para a aquisição de equipamentos, para o treinamento e a integração das forças de segurança - Forças Armadas, Polícias Militares, Polícia Civil, Polícia Federal, Força Nacional - para que a população e os visitantes tenham o maior nível de segurança possível", disse.

Rebelo negou que haja preocupação em relação às manifestações programadas para esta quinta e que devem se estender até a Copa do Mundo. "Não constituem ameaça", declarou. Estão programados protestos simultâneos em pelo menos 50 cidades do país. "Não vejo como caracterizar essas manifestações como contra a Copa. Não sei por que transformar manifestações, que são de reivindicações, em manifestações contra a Copa ou contra o governo".

Preparação

O ministro disse crer que "todos os estádios estarão prontos no momento em que a Copa começar". "[Seis] estádios ficaram prontos [para a Copa das Confederações]. O teste no Paraná foi realizado ontem [quarta], o do Corinthians será no próximo domingo. Alguns desses estádios são privados, outros são PPPs (Parcerias Público-Privadas), e outros são públicos". O ministro reconheceu que a utilidade dos estádios "é um tema controverso". "Mas defendo a tese de que eles são importantes e terão destino importante em cada uma dessas regiões", afirmou, durante a audiência.

Ao longo de sua fala aos senadores, Rebelo declarou ainda achar estranho que o país seja lembrado apenas por seus problemas. "Não considero normal, nem natural a exacerbação da difusão de aspectos críticos no momento em que o Brasil vai ser alvo de uma superexposição em todo o mundo". Questionado sobre o que quis dizer com a declaração, explicou: "Acho que o Brasil, naturalmente, como sétima economia do planeta, no mundo que vive dificuldades econômicas, incomoda. E, às vezes, acho que isso exacerba os humores em relação ao país".

Aldo se negou a comentar as recorrentes críticas da Fifa ao Brasil. Tem sido comum que nomes da entidade, como o presidente Joseph Blatter, revelem preocupação à imprensa internacional, mas baixem o tom quando chegam ao país. "Essas manifestações da Fifa são logo seguidas de notas de esclarecimento, de retificações. Não posso responder a uma manifestação que logo em seguida será corrigida. Tenho de cuidar do meu trabalho, concluir obras que são necessárias para a Copa e terminar a preparação para a grande festa do futebol mundial".

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